por paulo eneas
O governo petista vem instrumentalizando para fins de narrativa política a tragédia humanitária dos yanomamis. Essa instrumentalização oculta as verdadeiras causas mais profundas desse drama: uma concepção desastrosa de política indigenista, imposta ao país nas últimas décadas por forte lobby internacional, especialmente ONGs estrangeiras, concepção esta estribada na noção de demarcação e isolamento, e que foi consolidada nos períodos dos governos tucanos e dos dois primeiros governos petistas.
O Brasil precisa rever por completo todas estas políticas, bem como todo o ordenamento jurídico que dá respaldo a elas, que têm sido implementadas nesse setor nas últimas décadas, adotando uma perspectiva que trate o brasileiro de etnia indígena como sendo aquilo que ele é: um cidadão brasileiro, membro de um território e de uma nação, a nação brasileira. É preciso abandonar a concepção, de origem estrangeira, que procura apartar essas pessoas do conjunto da população brasileira.
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As denúncias recentes das condições de saúde dos yanomamis foram abordadas pelo senador Telmário Mora (PROS-RR) em publicação deste domingo (22/01) em seu website. O senador acusa o Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) Yanomami, cujos dirigentes seriam apadrinhados pelo também senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) de prática de corrupção.
Segundo Temário Mota, foi a corrupção praticada nesse órgão que levou à morte de 570 crianças yanomamis nos últimos quatro anos. O senador defende também o que ele chama de políticas públicas de inclusão social, política e econômica das maioria dos “povos” indígenas que, no seu entender, já estão aculturados.
O posicionamento do senador, ainda que expresso em termos que precisam ser aprofundados, vai na direção oposta às políticas indígenas que têm prevalecido nas últimas décadas, e que envolvem as noções de isolamento em áreas demarcadas e limitações às ações do Estado, como por exemplo para o combate a práticas criminosas nesta áreas, limitando tais ações à assistência social, que tem sido precária por conta da corrupção.
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