por paulo eneas
Nos últimos seis anos mais de cinco mil e seiscentos cidadãos russos foram alvo de ações de repressão pelo regime do ditador Vladimir Putin por supostamente divulgarem fake news e por fazerem críticas ao regime, segundo informa o canal de geopolítica do Professor Hoc.
Também nesse período de seis anos, mais de cem mil cidadãos russos foram alvo de ações repressivas do regime, via processos administrativos, por “delitos” que incluem participação em protestos políticos e descumprimento de medidas restritivas durante a pandemia da Covid, ainda segundo a mesma fonte.
É irônico e curioso observar que os agentes da direita bolchevique ocidental referem-se justamente às medidas restritivas adotadas na maioria, não todas, das democracias liberais do Ocidente durante a pandemia como exemplo do que supostamente seria a ditadura dos “globalistas” ocidentais e, consequentemente, a suposta prova do fracasso do modelo das democracias liberais, para desta forma justificar o apoio incondicional que estes agentes políticos da direita ocidental conferem ao ditador Vladimir Putin.
Poucos dias antes da invasão russa da Ucrânia, o parlamento fictício da Rússia aprovou medidas incluindo no Código Penal daquele país o crime de crítica ao exército russo. Esta medida fez aumentar o número já expressivo de presos políticos na Rússia de Vladimir Putin desde a invasão criminosa da Ucrânia.
O aumento expressivo no número de prisões políticas, bem como de assassinatos de opositores do regime, são fatos sobre o quais quase todas as lideranças políticas da direita europeia (Marine Le Pen da França, Viktor Orban da Hungria, AfD da Alemanha, Geert Wilders da Holanda), e também norte-americana com Donald Trump, além da direita bolsonarista brasileira, que nesse quesito está lado a lado com a velha guarda comunista como PCO, Aldo Rebelo e outros, convenientemente se calam.
Na Rússia de Vladimir Putin não existe mídia independente, seja a convencional de rádio e televisão ou mesmo na internet. A imprensa independente não governista deixou de existir na Rússia em definitivo após a invasão da Ucrânia, fazendo com que, no que diz respeito à liberdade de expressão e de opinião, a Rússia de Vladimir Putin de hoje corresponda exatamente ao que era no período da antiga União Soviética.
É importante o leitor entender a natureza desse regime de ditadura soviética tardia que vigora pela força na Rússia: trata-se de um regime com uma vocação claramente imperialista e expansionista por meio da força militar, ancorado na premissa vocalizada pelo próprio Vladimir Putin de que a maior a “tragédia” do século dezenove teria sido o fim da União Soviética.
Um regime que somente sobrevive em termos econômicos por ser financiado pela ditadura chinesa de Pequim e que adota um sistema eleitoral de fachada idêntico ou mais farsesco do que o sistema eleitoral da Venezuela. Um regime que confere respaldo diplomático a ditaduras comunistas como Cuba, Nicarágua, Coreia do Norte e a própria Venezuela e que financia grupos terroristas como Hamas, Hezbollah e Jihad islâmica, via seu proxy, o Irã.
Por fim, é um regime que vigora num país que exibe uma das maiores taxas de aborto do mundo e cuja população, que hoje está em 144 milhões de habitantes, está em franco declínio: nas últimas três décadas a população russa decresceu em mais de 3 milhões de pessoas.
Um regime que depende de armas da ditadura comunista da Coreia do Norte para levar adiante suas guerras de expansão imperialistas. É este regime que é hoje defendido e apoiado pelas principais lideranças políticas de direita do Ocidente.
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