por paulo eneas
A tragédia ocorrida nesta quarta-feira (05/04) em Blumenau (SC), quando um criminoso invadiu uma creche e matou quatro crianças a machadadas e deixou outras cinco feridas, é consequência direta da bandidolatria e da mentalidade bandidólatra que vem sendo alimentada e disseminada pelas elites progressistas e pela mídia na sociedade brasileira nos últimos anos.

Essa mentalidade bandidólatra teve desdobramentos no ordenamento jurídico, desdobramentos estes que criaram um ambiente institucional incapaz de inibir o cometimento de crimes e muito menos de punir seus autores com o rigor que se espera da justiça dos homens.

A percepção generalizada na sociedade brasileira é de impunidade ou de no máximo consequências brandas para quem comete crimes, sejam eles a corrupção envolvendo agentes públicos, tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, até assaltos e roubo de celular por menores de idade ou monstruosidades como o infanticídio ocorrido hoje na Blumenau.

A glamourização do mundo crime e a romantização dos criminosos tem sido constantemente imposta pelas elites por meio de produções culturais, sejam elas novelas de televisão, filmes de cinema ou em seriados de plataformas streaming, música e programas de entretenimento.

Fica patente que existe um esforço permanente de parte das elites brasileiras para “humanizar” os criminosos, normalizar o crime, desumanizar as vítimas tornando-as invisíveis, e demonizar as forças da lei e da ordem.

Essa construção imaginária demoníaca imposta à sociedade brasileira pelo segmento progressista de suas elites é a principal responsável, do ponto de vista do substrato do tecido social, pela banalização dos crimes até mesmo os mais hediondos.

Podemos constatar isso ao observar que criminosos “famosos” acabam se tornando celebridades e personagens bajuladas por parte de segmentos da opinião pública, pois passam a ser exibidos e estampados como figuras humanas comuns em muitos veículos de comunicação de massa.

Para além da tentativa de normalização do mundo crime no nível do imaginário imposta pelas elites progressistas, temos as trágicas consequências na esfera jurídico-institucional e política. Recentemente vimos um político esquerdista dizendo achar absurdo alguém ser preso “apenas por que roubou um celular”. Há pouco tempo uma pseudo intelectual esquerdista declarou explicitamente ser a favor de roubos e assaltos.

Perdemos a chance de iniciar mudanças nesse ambiente
O Brasil perdeu a oportunidade de iniciar mudanças nesse ambiente demoníaco de normalização do crime quando teve início o governo anterior em 2019, eleito em cima de uma pauta de combate efetivo à criminalidade.

Nenhum iniciativa concreta foi apresentada para fazer as mudanças necessárias no Código Penal e na Lei de Execução Penal. O enfrentamento ao crime organizado e tráfico de drogas limitou-se à pirotecnia das apreensões, deixando de lado as medidas que podem de fato acabar com o crime organizado: inteligência financeira e estrangulamento da cadeia produtiva do mundo do crime.

Para coroar o fracasso nessa área, o antigo governo negociou com a esquerda a entrega a ela da relatoria do projeto de lei de mudanças no Código Penal. Portanto, para o antigo governo, o combate à criminalidade limitou-se às manifestações retóricas e simbólicas, expressas pelo gesto de “fazer arminha” para selfie da parte de seus militantes.

A sociedade brasileira, ou ao menos o seu segmento que ainda reside no território mental da sanidade, precisa começar a tentar reverter esse cenário. A bandidolatria precisa ser combatida e denunciada em todas as esferas, inclusive por meio produções culturais que, se necessário, passem a dizer que a grama é verde: dizer que não existe glamour no crime, que criminoso é a escória da sociedade, pois representa o mal.

Formadores ou influenciadores de opinião pública precisam voltar a falar da necessidade de alterações do ordenamento jurídico para incorporar a prisão perpétua e promover discussão aberta sobre adoção da pena capital para certos tipos de crime. O infanticídio de Blumenau é um exemplo onde a pena capital deveria ser aplicada.

O lado mentalmente sadio da sociedade brasileira precisa tomar para si a discussão sobre regulamentação da internet e dizer claramente que concorda que a internet não deva ser um território sem lei, mas que precisa ser regulamentada no sentido de assegurar a liberdade de expressão e ao mesmo tempo combater efetivamente os crimes já tipificados em lei que nela venham a se engendrados.

A comoção gerada com a tragédia de Blumenau tem que ser traduzida, também, em reação da sociedade à cultura bandidólatra que ensejou aquela monstruosidade. É preciso pressionar e cobrar os políticos pelas mudanças no ordenamento jurídico. Boicotar e denunciar produções culturais que fazem a glamourização do mundo do crime e que romantizam a figura do criminoso.

A reação da sociedade brasileira tem que vir sob a forma de reafirmação de sua sanidade mental por meio da recusa enfática em aceitar a normalização do crime e do banditismo. Pois é esta normalização, que vem sendo imposta pelas elites progressistas há anos, traz consequências trágicas como a que vimos no infanticídio de Blumenau.

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