Bolsonaristas estão reagindo de maneira ilógica e sem nexo algum ao indiciamento de Jair Bolsonaro por suposto crime de falsificação de certificado de vacinação contra Covid-19, apontado em investigações da Polícia Federal.

Algumas das reações incluem críticas à obrigatoriedade da vacinação, embora estes críticos bolsonaristas convenientemente se “esquecem” que a obrigatoriedade foi determinada em Projeto de Lei do próprio Governo Bolsonaro, votado e aprovado pela sua base no Congresso Nacional e convertido na Lei 13979 logo no começo da pandemia.

Outras reações vão no sentido contrário, ao afirmar que o então Governo Bolsonaro adquiriu centenas de milhões de doses de vacinas contra Covid-19 e que portanto, afirmam estes bolsonaristas, “o indiciamento não faz sentido”.

Ocorre que não é disso que se trata. A investigação ora em andamento pela Polícia Federal teve início no mês de maio do ano passado com a Operação Venire, que apura supostos crimes de inserção de dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas Ministério da Saúde.

Por outro lado, a ação movida contra o então presidente Jair Bolsonaro em outubro de 2020 por suposta omissão na compra de vacinas foi arquivada pelo ministro Cristiano Zanin em agosto de 2023, seguindo recomendação da atual Advocacia-Geral da União (AGU). Em sua decisão, o ministro Zanin afirmou:

“Verifico que assiste razão à AGU (…) sendo desnecessária a continuidade da tramitação da presente ação. Os esclarecimentos técnicos elaborados pelo Ministério da Saúde e trazidos aos autos evidenciam a inutilidade de eventual provimento judicial que discuta o conflito descrito na petição inicial”.

A reações desencontradas que estamos observando nas redes sociais apenas mostram que sem o briefing vindo de cima, a militância virtual bolsonarista fica sem saber o que falar diante de cada fato relevante que envolve o ex-presidente. (Paulo Eneas)

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