por angelica ca e paulo eneas
Quatro regimes de ditadura do mundo, parceiros do regime de ditadura venezuelano, felicitaram na madrugada desta segunda-feira (29/07) o ditador venezuelano Nicolas Maduro pela sua suposta reeleição para um terceiro mandato na farsa eleitoral realizada este domingo (28/07) na Venezuela, que supostamente deu a vitória ao ditador narcotraficante com 51.2% dos votos.

Estes quatro regimes de ditadura, Rússia, a China, Cuba e Irã, são os países que mantêm laços estreitos com a Venezuela e foram os primeiros reconhecer a suposta “vitória” do ditador Maduro, num processo eleitoral que o resto do mundo inteiro entende como tendo sido ilegítimo e fraudulento.

O ditador russo Vladimir Putin transmitiu as suas felicitações ao seu homólogo venezuelano, Nicolás Maduro, e indicou que a “vitória” de Nicolás Maduro irá favorecer “o constante desenvolvimento” das relações entre Moscou e Caracas que são “relações que constituem uma parceria estratégica”, afirmou o ditador russo.

Vladimir Putin ainda enfatizou sua intenção de “construir uma ordem mundial mais justa e democrática” ao lado de Nicolás Maduro e outros aliados do eixo autoritário. A nova ordem mundial preconizada por Vladimir Putin é o eurasianismo ancorado numa ordem “multipolar” cujo centro de gravidade seria Moscou e que reuniria os principais regimes de ditadura do mundo.

Esse “globalismo” de Vladimir Putin viria como contraponto ao suposto globalismo ocidental e aos seus valores considerados decadentes, tais como democracia, liberdade de opinião e de expressão, devido processo legal e economia de mercado. Esse projeto autoritário russo e de seus aliados encontra amplo apoio e respaldo junto a quase toda a direita ocidental.

Por sua vez, a ditadura da China seguiu na mesma linha. O gigante asiático expressou o seu apoio a Nicolás Maduro após sua reeleição fraudulenta para um terceiro mandato. O comunicado protocolar de Pequim afirma que “a China está disposta a enriquecer a parceria estratégica” com a Venezuela.

A ditadura teocrática do Irã também felicitou o ditador Nicolás Maduro, afirmando que o pleito eleitoral foi “bem-sucedido” apesar de “algumas ameaças”. A ditadura venezuelana hospeda no território da Venezuela integrantes do grupo terrorista Hezbollah, que tem sua base de operações no sul do Líbano e que é controlado diretamente pelo regime de Teerã, que por sua vez segue todas as determinações de Moscou.

O porta-voz da ditadura iraniana afirmou que “a República Islâmica do Irã renova o seu apoio e solidariedade com a República Bolivariana da Venezuela”. Como era de se esperar, o ditador venezuelano também foi saudado por Miguel Díaz-Canel, ditador de Cuba. Outros regimes de ditadura também parabenizaram Nicolás Maduro pela sua vitória fraudulenta, por meio de comunicados dos ditadores da Nicarágua, Bolívia e Honduras.

Principais Democracias Ocidentais Contestam Resultado
O apoio recebido por Nicolás Maduro de várias ditaduras do mundo contrasta com a posição adotada pelas principais democracias do mundo ocidental, que não reconheceram o resultado das eleições venezuelanas, após inúmeras denúncias de fraude por parte da oposição, que rejeitou categoricamente os resultados.

As pesquisas eleitorais apontavam como favorito o candidato Edmundo González, que fez campanha ao lado da principal líder da oposição María Corina Machado, que era franca favorita e foi impedida de concorrer às eleições por manobra burocrático-jurídica orquestrada pelo chavismo.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken , expressou a sua “séria preocupação” pelo fato de o resultado eleitoral anunciado na Venezuela não refletir a vontade do povo, e apelou a uma recontagem “justa e transparente” dos votos.

“Agora que a votação foi concluída, é de vital importância que todos os votos sejam contados de forma justa e transparente. Apelamos às autoridades eleitorais para que publiquem a contagem detalhada dos votos (atas) para garantir transparência e responsabilização”, afirmou Blinken num comunicado protocolar e frio.

Da mesma forma, o chefe da diplomacia da União Europeia, Josep Borrell, pediu nesta segunda-feira à Venezuela que garanta “total transparência do processo eleitoral, incluindo a contagem detalhada dos votos e o acesso aos registos de votação das assembleias de voto”.

No início da tarde desta segunda-feira (29/07), a comissão eleitoral venezuelana, controlada pelos chavistas, proclamou Nicolás Maduro como presidente reeleito com 51.20% do votos. Conforme esperado, a farsa eleitoral venezuelana foi então consolidada.

As manifestações protocolares das democracias ocidentais não terão efeito algum, e a menos de algum fato excepcional o ditador Nicolás Maduro permanecrá à frente do regime de ditadura da Venezuela até o final da década. Esta constatação nos leva a avaliar como as democracias ocidentais, especialmente os Estados Unidos, lidam com as ditaduras latino-americanas. Trataremos desse tema em artigo em separado.

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