por paulo eneas
A reforma tributária petista foi aprovada em dois turnos de votação pelo plenário da Câmara dos Deputados na madrugada desta sexta-feira (07/07) por 382 votos a favor e apenas 118 votos contrários. Na mesma madrugada, a matéria foi aprovada em segundo turno e seguiu para o Senado.
A proposta petista somente foi aprovada por conta dos 96 votos dados pelo Centrão bolsonarista no primeiro turno de votação, que mais uma vez atuou no Congresso Nacional para assegurar a aprovação de matéria de interesse estratégico do Governo Lula.
Enquanto o Centrão bolsonarista se articulava para assegurar mais uma vitória petista no Congresso Nacional, o campo da direita hegemonizado e sequestrado pelo bolsonarismo ficou entretido pelo falso embate retórico entre Jair Bolsonaro e Tarcísio de Freitas, como mostramos no artigo Conforme Antecipamos: Reforma Tributária Petista É Aprovada Com Votos Decisivos do Centrão.
A reforma tributária petista irá trazer um grande impacto negativo para a vida dos brasileiros, principalmente aqueles de classe média, no longo prazo. O objetivo central da reforma foi promover o aumento da já elevada carga tributária nacional, conforme havia sido sinalizado previamente pelo novo arcabouço fiscal.
Esse aumento de impostos estará concentrado principalmente nos setores médios, incluindo assalariados de qualificação média pra cima, pequenos empreendedores e pequenos e médios empresários, e trabalhadores autônomos e do setor de serviços.
Seguindo a tradição da esquerda revolucionária, a reforma visa estrangular a classe média, poupar e até mesmo beneficiar em parte os mais pobres, mas num patamar que garante que continuem pobres e dependentes de ajuda estatal para desta forma preservar a base social eleitoral da esquerda.
A reforma tributária irá também poupar os setores monopolizados, com grande poder de lobby político, e está em linha com os objetivos centrais do Novo Arcabouço Fiscal aprovado há algumas semanas, também com votos do Centrão bolsonarista: arrecadar mais, estrangular a classe média, beneficiar os setores monopolizados e manter os pobres na pobreza aliviada por meio do incremento do assistencialismo estatal.
Outra componente relevante da reforma tributária petista é o aumento do poder e da centralização da vida política e econômica nacional em Brasília, com a redução da capacidade de Estados e municípios definirem suas políticas tributárias. Estas passam agora depender do crivo de um conselho nacional, aos moldes soviéticos, conselho este instituído pela reforma.
Os aspectos concretos mais detalhados sobre como a nova estrutura tributária nacional, criado sob inspiração da mentalidade revolucionária petista, irá afetar a vida concreta dos brasileiros serão apresentados por Abraham Weintraub em sua live semanal nesta sexta-feira (07/07) às 19h00min em seu canal no youtube cujo link segue abaixo.