por angelica ca e paulo eneas
Os presidentes Mario Abdo, do Paraguai, e Luis Lacalle Pou, do Uruguai, exigiram perante os presidentes da Argentina e do Brasil que o Mercosul condene o regime ditatorial venezuelano por ter inabilitado por quinze anos para o exercício de cargos públicos a líder oposicionista do partido Vente Venezuela, María Corina Machado.

As afirmações foram feitas durante a reunião de cúpula do Mercosul, que reúne Paraguai, Uruguai, Brasil e Argentina e que foi realizada na semana passada na cidade argentina de Puerto Iguazú, na província de Misiones.

O presidente uruguaio pediu uma resposta do Mercosul, da mesma forma como fizeram outros organismos multilaterais, incluindo a União Europeia, que rechaçaram a decisão da ditadura venezuelana de cassar os direitos políticos de Maria Corina Machado. Estes organismos também preconizaram pela realização de eleições democráticas na Venezuela.

“O Mercosul tem que dar um sinal claro para que o povo venezuelano caminhe para uma democracia plena que claramente não tem hoje”, afirmou Luis Lacalle Pou, ao ratificar a posição do Governo do Uruguai sobre o regime de ditadura venezuelana de Nicolás Maduro.

Lacalle Pou reiterou que o Mercado Comum do Sul deve se pronunciar sobre o assunto, porque não fazê-lo “prestaria um desserviço à democracia venezuelana”, numa afirmação obviamente escorregadia e descolada da realidade, que mostra o limite da disposição dos demais governos latino-americanos em fazer frente à natureza ditatorial do regime venezuelano.

Por sua vez, o presidente paraguaio disse que o problema da cassação dos direitos políticos de Corina Machado não tem a ver com uma determinada concepção ideológica, mas sim com a violação dos direitos humanos. Trata-se de outra afirmação genérica usada para não apontar a natureza narco-ditatorial e comunista do regime de Nicolás Maduro.

O presidente argentino Alberto Fernández ignorou as falas dos presidentes do Uruguai e Paraguai e soltou a pérola da “necessidade de retomar o diálogo político” na Venezuela, como se fosse possível haver negociação interna com um regime controlado pelo narcotráfico.

Por fim, e como era de se esperar, o petista Lula tergiversou a questão ao pedir “conversa” e “diálogo” para tratar do assunto referente a Corina Machado. O Brasil sob o governo petista tornou-se o país latino-americano que mais abertamente defende o regime de ditadura de Nicolás Maduro na Venezuela.

As falas moderadas dos presidentes do Uruguai e do Paraguai servem para mostrar que chefes de governo centristas como Lacalle Pou e Mario Abdo, entre outros, jamais irão articular-se em nível regional para fazer um efetivo enfrentamento à ditadura venezuelana.

A conduta moderada e tergiversadora destes políticos centristas resulta na prática no fortalecimento daquele regime, uma vez esta conduta limita-se a falas genéricas e nenhuma ação concreta de enfrentamento. Fonte: Tal Qual Digital.


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