por paulo eneas
O petista Lula parece não ter a real percepção do cargo que ocupa e das implicações daquilo que ele afirma a respeito de qualquer assunto de interesse público estando na chefia de governo e de como tais afirmações repercutem na percepção dos agentes econômicos e dos agentes políticos.
Além dos ataques verbais permanentes à autoridade monetária do Banco Central, em flagrante afronta da parte do chefe de governo à Lei Complementar 179 que confere autonomia àquela instituição, Lula agora deslegitima o trabalho de investigação da Polícia Federal brasileira em um caso escandaloso de tentativa de sequestro e assassinato de uma autoridade pública.
Dois dias após revelar em entrevista a um site petista sua vontade de vingar-se do ex-juiz e agora senador Sérgio Moro (União Brasil-SP) e um dia após a a Polícia Federal ter desbaratado um plano elaborado por uma organização criminosa para a tentativa de sequestro e assassinato do senador e seus familiares, bem como de outras autoridades públicas, Lula vem a público e diz que tudo não passou de uma “armação do Moro”.
Em visita ao Complexo Naval de Itaguaí, no Rio de Janeiro (RJ) nesta quinta-feira (23/03), Lula afirmou que “é visível que é uma armação do Moro”, ao referir-se ao plano de sequestro e assassinato do senador por parte da organização criminosa Primero Comando da Capital.
O plano de sequestro e assassinato foi desbaratado em uma investigação da Polícia Federal que tomou vários meses e que foi deflagrada em uma operação nesta quarta-feira (22/03) conforme mostramos na reportagem Um Dia Após Lula Confessar Desejo de Vingança: Polícia Federal Desbarata Plano de Assassinato de Sérgio Moro.
O próprio ministro a Justiça de Lula, Flávio Dino, anunciou a deflagração da operação, que envolveu cento e vinte policiais federais e mais de trinta mandados de busca, apreensão e de prisão emitidos pela Justiça Federal contra pessoas suspeitas de envolvimento com o plano criminoso.
Ao dizer que tudo não passa de “uma armação do Moro”, Lula está indiretamente acusando o seu ministro da Justiça e toda a instituição da Polícia Federal de serem néscios o bastante para gastar tempo, energia e recursos públicos em “armações” feitas por políticos.
