por paulo eneas
O petista Lula assinou decreto na tarde desta quarta-feira (01/11) estabelecendo regime de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) em portos e aeroportos internacionais dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A medida alcança o Porto de Itaguaí (RJ), Porto do Rio de Janeiro (RJ) e Porto de Santos (SP) e os aeroportos do Galeão (RJ) e de Guarulhos (SP).

A medida veio na esteira da crise de segurança pública dos dois Estados por conta das ações de traficantes e milicianos, e em resposta ao pedido de ajuda federal feito pelo governador do Rio de Janeiro, Claudio Castro.

O foco do problema, já conhecido e que vem sendo abordado há anos por estudiosos da segurança pública, como Arthur Weintraub, é o uso dos terminais de carga desses portos e aeroportos para o tráfico de drogas pelo crime organizado.

Estudos de especialistas apontam que o Brasil está entre os maiores exportadores de drogas de todo o mundo para os “mercados” consumidores da Europa e dos Estados Unidos. Avalia-se que grande parte do volume de tráfico internacional de entorpecentes, incluindo cocaína, passa pelo Porto de Santos.

Nos últimos anos nenhuma medida foi tomada para combater o núcleo do crime organizado, medidas estas que incluem o uso de inteligência financeira para seu estrangulamento e aplicação de tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário voltados ao combate conjunto ao crime organizado internacional.

O que assistimos nos últimos anos foi apenas a pirotecnia eleitoreira de operações de apreensões, que apenas colocam em risco a vida dos agentes de segurança e em nada afetam o business de entorpecentes do crime organizado.

A operação de Garantia da Lei e da Ordem determinada agora pelo Governo Federal não assegura que um efetivo combate ao crime organizado nos termos necessário terá de fato início. Mas sinaliza a dimensão e a gravidade que o problema assumiu.

A operação de GLO nos portos e aeroportos do Rio de Janeiro e São Paulo envolverá mais de três mil homens das Forças Armadas que passam a ter poder de polícia nas operações de fiscalização de bagagens e cargas nestes portos e aeroportos.


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