por paulo eneas
O Conselho de Segurança das Nações Unidas rejeitou ao longo desta semana duas propostas de cessar-fogo na guerra Israel-Hamas. As propostas foram apresentadas pela Rússia e pelo Brasil. E ambos os casos, os Estados Unidos exerceram seu poder de veto no conselho.

A proposta russa era simplesmente a reapresentação de um script que se repete há anos: toda vez que Israel é atacado imediatamente pede-se cessar-fogo, e exige-se que Israel seja proibido de se defender.

A proposta brasileira seguiu a mesma toada, e foi duramente criticada pela embaixadora norte-americana, conforme mostramos na reportagem Diplomacia de Anão do Governo Brasileiro É Humilhada no Conselho de Segurança das Nações Unidas, publicada esta semana.

O fato é que as Nações Unidas jamais aprovaram resolução qualificando Hamas e Hezbollah como organizações terroristas, exigindo destas que cessem suas atividades criminosas contra o Estado de Israel. Este, por sua vez, tem sido alvo da maioria das decisões condenatórias por parte dos órgãos das Nações Unidas.

Em contrapartida, as Nações Unidas nunca exigiram de seus estados-membros, como a própria Rússia, que emprega mercenários privados para suas guerras de agressão, ou do Irã, que cessem o apoio dado a grupos terroristas como Hezbollah e Hamas, o que caracteriza o padrão assimétrico da decisões da ONU quando o assunto é Israel.

Exigir cessar-fogo nesse momento, como fez o Brasil na sua proposta vergonhosa e vetada na ONU, equivale a exigir do Estado de Israel que não empregue os meios necessários para sua legítima defesa após o país ter sofrido um ataque que matou centenas de civis israelenses desarmados.

Impor cessar-fogo nesse momento equivale também a garantir que a infraestrutura de terrorismo que o Hamas mantém na Faixa de Gaza permaneça intacta para ataques futuros ao Estado de Israel que, ao reagir, será novamente pressionado a aceitar um cessar-fogo, repetindo assim o script requentado que as Nações Unidas encenam há anos.

O Conselho de Segurança vetou na última quarta-feira (18/10) o projeto de resolução exigindo cessar-fogo apresentado pelo Brasil.

Se fosse aprovado, seria uma vitória diplomática para o Hamas, conforme mostrou o ex-chanceler Ernesto Araújo no artigo Ernesto Araújo: Brasil de Lula no Conselho de Segurança da ONU Pode Assegurar Vitória Diplomática ao Hamas que publicamos esta semana.


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