por angelica ca e paulo eneas
Dezenas de milhares de pessoas participaram neste último domingo (12/03) em Madrid da Marcha Pela Vida, uma gigantesca mobilização popular contra as reformas na legislação sobre aborto e eutanásia recém adotadas pelo governo socialista espanhol.
Os organizadores estimaram o número de manifestantes em 50 mil pessoas, enquanto as estimativas das autoridades da capital espanhola falam em metade. A manifestação foi convocada pelo movimento “Sí a la Vida”, Sim à Vida, que reúne centenas de associações e entidades pró-vida, e teve como único apoio político parlamentar vários membros do partido de direita Vox.
A marcha foi realizada por ocasião do Dia Internacional da Vida, que é comemorado todo dia 25 de março na Espanha. Os participantes carregavam faixas e cartazes com fotos de bebês nos quais podiam ser lidos slogans como “Eu sou uma pessoa e tenho direito à vida” ou “Nenhuma mãe se arrepende de ser”.
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A manifestação contou com testemunhos de casos reais de defesa da vida desde a concepção, além da leitura de um manifesto. As associações que integram o movimento falam em não desistir da defesa da vida desde a sua concepção até ao seu fim natural.
O Tribunal Constitucional da Espanha reconheceu no último mês de fevereiro a lei de prazos em vigor desde 2010, que permite o aborto gratuito como um “direito” durante as primeiras 14 semanas de gravidez. O novo texto legal permite que jovens de 16 e 17 anos possam fazer aborto sem a autorização dos pais.
A nova legislação extingue a obrigatoriedade de as mulheres solicitarem informações prévias sobre as implicações do aborto. Também foi eliminado o prazo de três dias, antes obrigatório, para que a mulher pudesse reconsiderar sua decisão de abortar.
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A manifestação reunindo dezenas de milhares de pessoas e a legislação regulando a eutanásia e facilitando o aborto na Espanha confirmam o que estamos afirmando em artigos recentes do Inteligência Analítica: tanto a agenda identitária quanto a cultura da morte, duas pautas de peso do movimento revolucionário, impõem-se basicamente pela ação coercitiva do Estado, por meio de leis e regulações jurídicas.
A adoção dessas normas jurídicas não espelham necessariamente a aceitação dessas medidas no imaginário coletivo da população de maneira hegemônica, mas refletem a eficiência da atuação político-institucional dos agentes do movimento revolucionário em fazer valer suas pautas por meio da força da lei.
Nesse sentido, cabe à direita em geral e aos conservadores em particular capacitarem-se para escolher representantes políticos que sejam capazes de atuar com eficiência no parlamento e na esfera institucional, para além da denúncia junto à opinião pública, para que esta atuação se traduza em ações concretas que venham a barrar o avanço da pauta revolucionária no ordenamento jurídico. Fonte: Antena 3 | Gazeta do Povo | Protestante Digital.
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