O flagelo da América Latina é assistir a esquerda voltando ao poder nos seus principais países, após um breve ciclo de governos supostamente de direita, por responsabilidade e culpa exclusivas destes governos de pseudo-direita.
por paulo eneas
Conforme mostramos em nota publicada nesta quarta-feira (10/05), o governo do presidente esquerdista da Colômbia, Gustavo Petro, enfrenta seu pior momento de popularidade naquele país, sendo rejeitado por mais de 60% dos colombianos.
Diante desses números, um leitor do Inteligência Analítica fez o seguinte questionamento, bastante pertinente: por que então os colombianos votaram num candidato da esquerda para se arrependeram depois? A mesma pergunta pode ser feita aos eleitores do Chile, do Brasil e da Argentina.
A resposta ao nosso ver é uma só: a esquerda somente volta ao poder nos principais países da América Latina após um breve ciclo de governos supostamente de direita por responsabilidade e culpa exclusivas dos governos pseudo-direitistas destes países.
Se observarmos a trajetória de Antonio Macri na Argentina, Sebastian Piñera no Chile, Ivan Duque na Colômbia e Jair Bolsonaro no Brasil em anos recentes, veremos que todos eles têm as seguintes características em comum:
- Todos estes políticos latino-americanos elegeram-se com discurso de direita, prometendo combater a esquerda, a corrupção e o narcotráfico.
- Todos eles conquistaram apoio e respaldo do eleitorado de direita e mesmo de centro de seus respectivos países, e até mesmo respaldo dos Estados Unidos quando governados por um republicano.
- Todos estes presidentes, ao longo de seus mandatos, mostraram-se na verdade covardes, incapazes de fazer o real enfrentamento à esquerda e menos ainda aos esquemas de corrupção em seus respectivos países. Pelo contrário, todos eles envolveram-se em esquemas suspeitos de corrupção.
- Todos eles fizeram concessões inimagináveis à esquerda em áreas críticas da vida nacional. Jair Bolsonaro no Brasil fez a agenda da esquerda avançar como nunca avançou nem mesmo nos governos petistas anteriores: leis identitárias e feministas, aumento do assistencialismo estatal, adesão completa às diversas pautas globalistas.
- No caso do Chile, o pseudodireitista Sebastian Piñera chegou a dar de presente para a esquerda chilena uma Assembleia Constituinte, atendendo suas exigências.
- No Brasil, Jair Bolsonaro elaborou e sancionou a Lei 13979 que deu guarida jurídica à agenda imposta pela Organização Mundial de Saúde para a pandemia. E mentiu ao público dizendo que a imposição desta agenda era responsabilidade do Judiciário.
- Jair Bolsonaro, ainda na presidência, também fez questão de atender demanda petista e indicar o criador do Programa Mais Médicos da Era Dilma Rousseff para representar o Brasil na Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), fortalecendo assim o controle que Havana exerce sobre a principal entidade afiliada da OSM na América Latina.
- Na economia, todos estes governantes da pseudo-direita latino-americana fizeram gestões desastrosas, não por que implementaram agendas “neoliberais” como dizem os esquerdistas: mas por que não foram capazes de promover um choque de capitalismo e de economia de mercado em seus países, por meio de enfrentamento a oligopólios e monopólios, reformas do Estado, reforma tributária, desregulamentações e outras medidas.
- Como consequências dessa concessões amplas à esquerda e gestões desastrosas de suas respectivas economias, esse governantes todos chegaram ao final de seus mandatos com ampla rejeição popular e assim acabaram “empurrando” o eleitorado para os braços da esquerda.
- O eleitorado desses países, frustrado com as promessas não cumpridas pela pseudo-direita, acaba elegendo governantes de esquerda para, poucos meses depois, também ficarem frustrados, constatando assim que as políticas de esquerda não são nem nunca serão solução para os problemas da América Latina.
- Esse ciranda maldita sustentada pela esquerda e pela falsa direita latino-americanas acaba então se repetindo nas eleições seguintes, para frustração permanente da população.
Entendemos que este ciclo somente será quebrado quando, em cada país da América Latina, a falsa direita for desmascarada e banida do cenário político por decisão do eleitorado.
Esse ciclo somente será rompido quando o lugar hoje ocupado pela falsa direita no espectro político, como é o caso do bolsonarismo no Brasil, passar a ser ocupado por pessoas verdadeiramente íntegras, não corruptíveis, comprometidas efetivamente com uma pauta conservadora de direita e de soberania nacional em seus respectivos países.
No caso brasileiro, esse ciclo somente será rompido com o desmascaramento contínuo e permanente do bolsonarismo, que revelou-se ser a mais nova versão da falsa direita nacional e que funciona para todos os efeitos como linha auxiliar da esquerda, seja estando no governo ou na falsa oposição.
Uma vez desmascarado o bolsonarismo e banido da vida pública por decisão do eleitorado, o Brasil poderá então ter a esperança de ver surgir uma autêntica direita democrática nacional, capaz de apresentar e implementar um Projeto de Nação que verdadeiramente atenda aos nossos interesses nacionais.
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