por paulo eneas
O petista Lula parece ainda enxergar a si mesmo como sendo
“o cara”, aquela figura exótica de um país do terceiro mundo campeão do futebol que, duas décadas atrás, era paparicado por expoentes da elite da esquerda internacional como Barack Obama, Tony Blair e Francoise Mitterrand.

Por ser paparicado e admirado, não pelas razões que Lula acreditava, o petista sentia-se à vontade para dizer barbaridades nos fóruns internacionais sem que isso implicasse em qualquer consequência mais séria.

Não havia grandes consequências para as coisas que Lula dizia por que, afinal, tratava-se apenas de uma figura exótica do terceiro mundo cujas falas, por mais non-sense e risíveis que fossem, a etiqueta do politicamente correto que a própria elite esquerdista internacional havia criado mandava admirar e aplaudir, no matter how bullshit they were.

Duas décadas depois, o Brasil não é mais o país do futebol e passou a ter alguma importância, ainda que relativa, em determinadas áreas no cenário internacional.

Uma relevância tanto para o bem, pois nos tornamos um dos principais exportadores mundiais de commodities agrícolas e minerais, ou uma relevância para mal, ao nos tornarmos o principal hub do tráfico internacional de drogas e integrarmos um bloco geopolítico, o BRICS, que reúne ditaduras e países financiadores do terrorismo, como o Irã.

Portanto, o que o Chefe de Estado do Brasil diz agora nos fóruns internacionais tem alguma importância: bullshit matters now!

Essa nova realidade, essa diferença óbvia do Brasil de agora do Brasil de duas décadas atrás, parece não ter sido apreendida por Lula que, em consequência disso, tornou-se um político anacrônico. Anacrônico por não perceber que seu anacronismo político e suas posturas inconsequentes no cenário internacional têm implicações severas para o Brasil.

O anacronismo de Lula, que parece acreditar ainda ser visto e admirado no mundo como o era há cerca de vinte anos, tem conseguido até mesmo minar e causar dissensões no amplo leque de alianças que o elegeu e causar fissuras em seu próprio partido.

Um exemplo dessa fissura ficou evidenciado no pronunciamento corajoso e correto feito esta semana pelo senador petista Jaques Wagner (PT-BA), condenando com veemência a fala de Lula em Adis-Abeba, fala esta que foi classificada pelo governo israelense como ataque antissemita.

Mas o mais importante no que diz respeito a todos os brasileiros, é que o anacronismo político de Lula tem levado o Brasil cada vez mais na direção da bacia das almas das nações párias do mundo, por conta dos caprichos ideológicos anacrônicos de seu atual presidente, que tem conduzido a política externa brasileira não segundo os interesses do país, mas segundo suas preferências ideológicas autoritárias anacrônicas.

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