por paulo eneas
O candidato de Vladimir Putin à Presidência do Estados Unidos, Donald Trump, acusou a Ucrânia de ser a responsável por uma eventual Terceira Guerra Mundial e fez novas ameaças à OTAN, aliança militar ocidental, durante discurso de campanha nesta segunda-feira (26/08) na cidade de Detroit, Estado de Michigan, realizado na Associação de Membros da Guarda Nacional daquela cidade.
Donald Trump referiu-se especificamente à incursão de tropas ucranianas na região de Kursk, no território russo, como parte da estratégia dos militares ucranianos de enfrentamento ao exército agressor e invasor russo. Donald Trump afirmou: “Veja o que está acontecendo na Ucrânia, eles estão avançando para dentro da Rússia, isto irá resultar na Terceira Guerra Mundial”.
Ou seja, para o farsante putinista que tomou de assalto o Partido Republicano, a ação legítima de autodefesa de um país soberano invadido por uma potência nuclear estrangeira constitui-se em ameaça de guerra em escala global.
Estaria então a paz mundial assegurada, na visão de Donald Trump, se a Rússia fosse livre para invadir qualquer país soberano sem enfrentar reação? Aparentemente sim, e é esta a mensagem que o candidato republicano putinista tem passado ao público em sua campanha.
Durante seu discurso Donald Trump voltou a fazer ameaças à Organização do Tratado do Atlântico Norte, OTAN, como fez ao longo de todo seu primeiro e único mandato na Casa Branca.
Em um fraseado confuso e sem nexo, Donald Trump prometeu que, se eleito, irá “garantir” que os demais países membros da OTAN aumentem suas contribuições financeiras para a aliança, ao mesmo tempo em que chamou de “roubo do século” o montante das contribuições financeiras dos Estados Unidos à OTAN em comparação aos valores das contribuições do demais países.
Nesse ponto, Donald Trump apenas repete em tom eleitoral e mais rasteiro a cantilena que era repetida incessantemente na Fox News pelo jornalista Tucker Carlson, o propagandista russo mais admirado pela direita ocidental, desde o início da Guerra da Ucrânia: pregar o isolacionismo americano, deixando caminho livra para a Rússia, a pretexto de uma suposta racionalidade econômica.
A cada manifestação pública em sua campanha, Donald Trump deixa claro sua intenção de favorecer as ambições geopolíticas da Rússia e da China, intenção esta embalada num discurso de pretensa racionalidade de gastos públicos e pacifismo.
Donald Trump já endossou o ultimatum de rendição incondicional da Ucrânia imposto por Vladimir Putin, apresentando-o como seu pretenso “plano de paz”. Também já sinalizou sua intenção de não reagir a uma eventual agressão militar chinesa à Taiwan. Há poucas semanas fez ataques desmedidos e baseados em mentiras ao presidente salvadorenho, Nayib Bukele.
A cada evento da campanha sucessória norte-americana, fica cada vez mais claro que o candidato do Partido Republicano possui uma diretriz claramente hostil aos interesses estratégicos dos Estados Unidos e de todo Ocidente, aliando-se em todas as questões centrais aos interesses expansionistas e imperialistas do eixo russo-chinês.
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