por angelica ca e paulo eneas
O número de presos políticos na Venezuela registrou um aumento alarmante após as eleições presidenciais fraudulentas de 28 de julho desse ano. Segundo dados da ONG venezuelana Fórum Penal o regime do ditador Nicolás Maduro multiplicou por seis o número de detidos por motivos políticos nos dois meses seguintes das eleições presidenciais. De 301 presos, o total passou para 1.905 pessoas privadas de liberdade.
O jornal espanhol El País destacou que este aumento no número de presos políticos coloca a nação caribenha acima de outros países da região com regimes autoritários, como Cuba e Nicarágua.
Ainda de acordo com o Foro Penal, existem cerca de 1.100 presos políticos em Cuba, enquanto na Nicarágua o número é significativamente menor, com aproximadamente 50 pessoas detidas. O número atual na Venezuela é “o mais elevado em 25 anos de revolução bolivariana e, possivelmente, em várias décadas”, acrescentou o El País.
A onda de detenções começou no dia seguinte às eleições de 29 de julho deste ano. Foram registadas 1.767 detenções, a maioria delas relacionadas aos primeiros protestos que eclodiram em diversas partes do pais contra os resultados anunciados pelo governista Conselho Nacional Eleitoral controlado pelos chavistas. Até o momento o conselho não apresentou as atas eleitorais que credenciem a suposta vitória de Maduro.
Dos 1.905 presos políticos, 1.669 são homens e 236 mulheres. Além disso, a maioria dos detidos são civis , com um total de 1.746 pessoas nesta categoria. Enquanto 159 são membros das Forças Armadas Nacionais. Entre os detidos estão também 67 adolescentes, com idades entre 14 e 17 anos.
Quatro pessoas ligadas ao partido Vente Venezuela, liderado por María Corina Machado, também foram presas. Incluindo dois membros de sua equipe de segurança e dois coordenadores regionais no estado de Anzoátegui.
Além disso, outros partidos como Primero Justicia, Voluntad Popular, Encuentro Ciudadano e Acción Democrática também sofreram detenções em massa dos seus membros. A ONG Provea informou que pelo menos 25 pessoas foram assassinadas durante os protestos pós-eleitorais, principalmente devido à repressão das forças de segurança do Estado.
O regime, por sua vez, culpou os manifestantes por atos de supostos vandalismo e violência em locais públicos, enquanto a oposição denuncia a brutal repressão estatal.
O Observatório das Prisões da Venezuela informou que os presos políticos detidos em prisões de segurança máxima enfrentam condições de vida deploráveis, com deficiência de alimentação e acesso limitado à água, o que tem causado casos de desnutrição entre os detidos.
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