por angelica ca e paulo eneas
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, negou nesta quarta-feira (04/10) que tenha havido interferência do petista Lula na liberação do empréstimo de U$ 1 bilhão feito pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) à Argentina. A suposta interferência teria ocorrido com a intenção de interferir na candidatura Javier Milei à presidência argentina.
A notícia sobre uma suposta interferência do petista foi publicada em artigo da colunista Vera Rosa no jornal O Estado de São Paulo na noite de terça-feira (03/10). De acordo com a notícia, o empréstimo facilitaria a renegociação da dívida argentina com o Fundo Monetário Internacional (FMI), favorecendo assim o candidato peronista Sergio Massa, atual ministro da Economia da Argentina.
“Diferentemente do que vem sendo repercutido, o empréstimo de 1 bilhão de dólares feito pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe (CAF) não teve intervenção do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Também ao contrário do informado, o Chefe de Estado brasileiro não conversou sobre o empréstimo com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, governadora do Brasil na CAF”, diz nota oficial do governo.
Conforme apurado pela CNN Brasil, a Argentina apresentou o pedido de US$ 1 bilhão de empréstimo à CAF no dia 28 de julho, com o compromisso de devolver o dinheiro um mês depois. O valor emprestado veio do capital do banco e não dos cofres públicos brasileiros. O empréstimo teria sido pago pela Argentina no dia 25 de agosto.
O empréstimo foi uma operação triangulada, com o aval do FMI e do Banco Central da Argentina. O dinheiro seria utilizado para pagar a parcela atrasada para o FMI. Este, por sua vez, liberaria mais recursos aos argentinos, que assim quitariam sua dívida com o CAF.
Na votação realizada pelo conselho do CAF, o empréstimo foi aprovado com 19 votos a favor e 2 contra. Ambos os votos contrários foram do Peru, que tem peso duplo na votação, assim como Colômbia, Venezuela, Equador e Bolívia, por serem membros fundadores do banco. O Brasil tem apenas 1 voto, mesmo detendo 8.8% do capital financeiro da instituição, sendo também seu quarto maior acionista, depois de Colômbia, Peru e Argentina.
Os argentinos irão às urnas no próximo dia 22 de outubro em eleições presidenciais e Javier Milei é considerado até o momento o candidato favorito para vencer o pleito.