por angelica ca e paulo eneas
A esquerdista Claudia Sheinbaum foi eleita neste domingo (02/06) como a primeira presidente do México e irá suceder a Andrés Manuel López Obrador, seu padrinho e aliado político. No entanto, a segunda colocada nas eleições, a oposicionista Xóchitl Gálvez, anunciou que pretende pedir a impugnação do pleito, apesar de ter reconhecido oficialmente a derrota, conforme noticiado pela CNN Espanhol.

Claudia Sheinbaum obteve cerca de 60% dos votos, 32 pontos à frente do sua rival que se apresenta como de centro-direita, Xóchitl Gálvez, que ficou com 28% dos votos. As informações são da apuração preliminar oficial do Instituto Nacional Eleitoral do México.

Os dois principais candidatos opositores, Xóchitl Gálvez e Jorge Álvarez Máynez, azarão do Movimento Cidadão, que teria obtido em torno de 10% do votos, reconheceram a derrota.

Claudia Sheinbaum é formada em física e foi prefeita da Cidade do México entre 2018 e 2023. Seu mandato presidencial se estenderá até o final do ano de 2030, período de seis anos em que governará a 12ª maior economia do mundo, com 129 milhões de habitantes. A esquerdista Clara Brugada também foi eleita prefeita da Cidade do México, reduto da esquerda há quase três décadas.

A coligação do atual presidente mexicano, López Labrador, também conquistou a maioria de dois terços no Congresso Nacional e poderá assim aprovar facilmente mudanças na Constituição do México. As projeções indicam que a esquerda governista também irá obter maioria de dois terços no Senado.

Antes mesmo da proclamação oficial dos resultados, Claudia Sheinbaum começou a receber felicitações pela vitória por parte das lideranças da esquerda latino-americana, como os Kirchner da Argentina, Evo Morales e Luis Arce da Bolívia, o chavista Xiomara Castro de Honduras, além do petista Lula do Brasil.

A senadora Tereza Cristina (PL-MS), ex-ministra da Agricultura de Jair Bolsonaro também cumprimentou Claudia Sheinbaum pela vitória em mensagem em sua rede social, onde fala em “bons ventos para América”.

O pleito foi marcado pela violência em várias regiões do país. De acordo com o jornal mexicano El Universal as eleições realizadas neste domingo foram um dos processos eleitorais mais violentos da história do México, com um total de 321 casos de ataques a candidatos e pessoas relacionadas às eleições.

A entidade Laboratório Eleitoral informa que a violência incluiu ameaças, ataques, sequestros e homicídios. A prefeita da cidade de Cotija, Yolanda Sánchez Figueroa, foi assassinada a tiros um dia após o pleito. Em setembro do ano passado a mesma prefeita havia sido vítima de sequestro.

Ainda segundo a entidade Laboratório Eleitoral, na campanha eleitoral deste ano um total de 94 pessoas foram assassinadas. Dentre as pessoas mortas, 37 delas eram candidatos ou candidatas a cargos eleitos pelo povo. Além dos assassinatos, ocorreram 17 sequestros, 77 ataques diversos e 131 intimidações.

Quem é Claudia Sheinbaum e qual sua plataforma política
Claudia Sheinbaum vem de família judaica originária da Bulgária e Lituânia. Possui formação em física e em engenharia, com diversos trabalhos acadêmicos publicados nas áreas de energia e meio ambiente. Seus pais e irmão são cientistas.

Entrou para a política pelas mãos do atual presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, e atuou no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) das Nações Unidas, e foi prefeita da cidade de Tlalpan e da capital, Cidade do México. Além de uma agenda ambientalista, sua gestão registrou queda na taxa de homicídios na capital mexicana.

Sua plataforma política inclui a continuidade das reformas econômicas do atual presidente López Obrador, fortalecimento do estado de bem-estar social, meio ambiente e combate à violência, além de aumentos dos gastos públicos com benefícios sociais e aumento do salário mínimo.

Seu plano de governo inclui também fortalecimento de empresas públicas de petróleo e eletricidade e proibição de extração de óleo de xisto por meio de detonação ou fraturamento hidráulico (técnica usada nos Estados Unidos e que possibilitou a quase autossuficiência norte-americana em combustíveis fósseis) e fim da mineração a céu aberto. Seu programa esquerdista é selado com a proposta de legalização do aborto.

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