por angelica ca e paulo eneas
O governo petista brasileiro decidiu nesta quinta-feira (08/07) expulsar a embaixadora da ditadura da Nicarágua no Brasil, Fúlvia Patricia Castro. A decisão veio em “reciprocidade” a uma medida semelhante adotada pelo regime do ditador Daniel Ortega, que nesta semana havia decidido expulsar o embaixador do Brasil em Manágua, Breno de Souza Brasil Dias da Costa.

As relações entre o Brasil e a Nicarágua estão congeladas há um ano, segundo o Itamaraty, em função das perseguição sistemática promovida pela ditadura sandinista chefiada por Daniel Ortega contra padres e bispos da Nicarágua. No ano passado, o Papa Francisco chegou a pedir ao petista Lula para interceder junto ao ditador Ortega em favor dos padres e bispos presos. O petista afirma que Ortega sequer atendeu seus telefonemas para tratar do assunto.

A expulsão do embaixador brasileiro na Nicarágua ocorreu após o representante brasileiro ter recebido ordens de Brasília de não comparecer ao evento comemorativo dos 45 anos da revolução sandinista, no dia 19 de julho, para o qual havia sido convidado. A ausência de Breno Souza da Costa teria irritado Daniel Ortega, que está no poder desde 2007, que decidiu então expulsar o embaixador.

O evento comemorativo da revolução sandinista em 19 de julho não contou com a presença de nenhum Chefe de Estado nem de nenhuma delegação diplomática importante, com exceção dos aliados estratégicos do regime nicaraguense: as ditaduras de Cuba, Venezuela e, obviamente, a ditadura da Rússia.

Em março de 2023, o Brasil juntou-se aos países que, no âmbito do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, protestaram contra a decisão do regime de ditadura de Daniel Ortega de retirar a nacionalidade de mais de trezentos opositores políticos, entre eles jornalistas, escritores, militantes feministas e críticos em geral.

As ligações históricas dos sandinistas com os católicos nicaraguenses
O ditador Daniel Ortega foi o líder da Revolução Sandinista, um movimento armado empreendido pelo grupo guerrilheiro Frente Sandinista de Libertação Nacional que tomou o poder na Nicarágua pela força da armas em 1979, depondo o regime de ditadura de Anastásio Somoza Debayle.

Ironicamente, a principal base social e orgânica dos sandinistas eram os cristãos católicos da corrente da Teologia da Libertação. Os sandinistas, chefiados por Ortega e com apoio da Igreja Católica nicaraguense, governaram a Nicarágua até 1990, quando foram derrotados pela coalização de centro-direita liderada por Violeta Chamorro, viúva do jornalista Joaquim Chamorro, morto pelo ditadura de Anastásio Somoza em 1978.

Em 2007 Daniel Ortega volta ao poder e instala seu regime de ditadura que perdura até a data de hoje, com apoio ostensivo das ditaduras de Cuba e Venezuela e principalmente com apoio econômico e militar da ditadura de Vladimir Putin, da Rússia.

O Partido dos Trabalhadores (PT) de Lula historicamente sempre manteve ligações estreitas com os sandinistas, desde quando chegaram ao poder pela primeira vez em 1979 e após o retorno em 2007, quando Daniel Ortega instalou seu regime de ditadura. O rompimento de Ortega com a Igreja Católica e a perseguição sistemática promovida pelo regime contra os cristãos nicaraguenses afetaram em alguma medida esta relação entre os dois aliados da esquerda.

COLABORE CONOSCO FAZENDO
UMA DOAÇÃO NO PIX: 483.145.688-80

O livro é possivelmente a primeira obra publicada expondo a verdadeira face do bolsonarismo, sem render-se às narrativas delirantes criadas pelos bolsonaristas em torno da figura do “Mito” e sem ceder às narrativas puramente retóricas para fins de guerra política que são usadas pela esquerda. Clique na imagem para ver resenha completa e informações onde adquirir seu exemplar.

Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários