Jurista Miguel Reale Júnior Critica Lula por Falar em Golpe no Impeachment de Dilma

Ao falar na condição de Presidente da República de um suposto golpe de Estado no caso do impeachment de Dilma Rousseff, Lula ataca as instituições e demais autoridades que participaram do processo, que ocorreu conforme previsto pela Constituição Federal.

por paulo eneas
O jurista Miguel Reale Júnior, que possui viés político progressista e que apesar de ter sido um dos autores do pedido de impeachment de Dilma Rousseff em 2016, foi apoiador da candidatura de Lula já desde o primeiro turno das eleições do ano passado, criticou duramente a declaração do presidente petista que chamou o impeachment de Dilma Rousseff de golpe de Estado.

Em visita oficial à Buenos Aires essa semana, Lula afirmou: “vocês sabem que (…)  houve um golpe de Estado e derrubou a companheira Dilma Rousseff (…)”.

O jurista Miguel Reale Junior lembrou que o impeachment da ex-presidente petista seguiu processo regular previsto na Constituição Federal, contando inclusive com a participação da Ordem dos Advogados do Brasil. Ainda segundo no jurista, a fala do presidente petista “é uma narrativa que não ajuda o país agora”.

Ao acusar o processo de impeachment de Dilma Rousseff de ter sido um suposto golpe de Estado, Lula também está acusando todas autoridades envolvidas no processo, desde o Senado Federal até o integrante do Supremo Tribunal Federal que presidiu a sessão, de terem participado de uma ilegalidade.

Uma acusação dessa monta, feita no exterior e vinda da boca do Presidente da República e destinada unicamente a gerar narrativa política, além de sua gravidade intrínseca, está contramão do discurso pretensamente pacificador que o PT tem apregoado.