por angelica ca e paulo eneas
A Polícia Federal indiciou nesta terça-feira (18/03) o ex-presidente Jair Bolsonaro pelos supostos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público no caso que apura suposta falsificação de certificados de vacinas contra Covid-19.

Além do ex-presidente, outras dezesseis pessoas pessoas foram indiciadas, entre elas o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid, e o deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).

Segundo a Polícia Federal, a suposta inclusão falsificada de certificado de vacinação teria sido feita entre novembro de 2021 e dezembro de 2022 no Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SI-PNI) e Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS) do Ministério da Saúde.

O esquema de adulteração dos cartões de vacinação de Jair Bolsonaro e de pessoas próximas começou a ser investigado em maio do ano passado, com a deflagração da Operação Venire por parte da Polícia Federal.

A investigação afirma que “os elementos de prova coletados ao longo da presente investigação são convergentes em demonstrar que o ex-presidente Jair Bolsonaro agiu com consciência e vontade para a fraudar sua carteira de vacinação contra a Covid-19”.

De acordo com o relatório das investigações, Jair Bolsonaro teria determinado que seu ex-ajudante de ordens, tenente-coronel Mauro Cid “intermediasse a inserção de dados falsos” nos sistemas do Ministério da Saúde em seu benefício e de sua filha Laura.

Segundo os investigadores, Mauro Cid teria feito a impressão da carteira de vacinação falsa do ex-presidente em impressora do Palácio da Alvorada. Em sua delação premiada, Mauro Cid teria afirmado que “recebeu a ordem” do então presidente Jair Bolsonaro para fazer as inserções de dados falsos. Em seguida, teria ele próprio entregue nas mãos do ex-presidente o documento falsificado.

O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Fabio Wajngarten, afirmou que o indiciamento do ex-presidente seria uma “perseguição política e tentativa de esvaziar o enorme capital politico que só vem crescendo”.

A defesa afirma também que se tiver havido alguma alteração indevida do dados sobre vacinação do ex-presidente nos sistemas do Ministério da Saúde, esta ocorreu sem seu conhecimento à sua revelia.

Fabio Wajngarten lembrou que como chefe de governo, Jair Bolsonaro estava completamente dispensado de apresentar qualquer comprovante de vacinação em suas viagens internacionais.

Jair Bolsonaro foi indiciado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação, delitos cujas penas máximas somadas podem chegar a quinze anos de reclusão.

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