por paulo eneas
O ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu às afirmações feitas pelo hacker Walter Delgatti durante depoimento na CPMI do Oito de Janeiro nesta quinta-feira (17/08). Em entrevista à rádio Jovem Pan, Bolsonaro afirmou que as afirmações são “uma fantasia” e, em tom de deboche e blague, disse que o hacker “está inspirado hoje”.
O ex-presidente confirmou que houve uma reunião com o hacker e o encaminhou ao Ministério da Defesa para “conversar com os técnicos”, mas sem esclarecer por qual motivo teria enviado Walter Delgatti para a pasta e sobre o que seria a conversa. Em seguida confirmou que o hacker esteve no Palácio da Alvorada.
Depois disso, “morreu o assunto, ele está voando completamente”, afirmou Bolsonaro, que ainda negou que tenha se encontrado com Delgatti mais de uma vez. O ex-presidente negou também que tenha sugerido ao hacker assumir a autoria do suposto grampo no ministro Alexandre de Moraes, do STF.
O advogado de Jair Bolsonaro e ex-chefe da Secon, Fabio Wajngarten, afirmou que “nunca houve grampo, nem qualquer atividade ilegal, nem não republicana, contra qualquer ente político do Brasil por parte do entorno primário do presidente”.
A defesa do ex-presidente informou ainda nesta quinta-feira que apresentará uma queixa-crime contra Walter Delgatti devido às afirmações feitas durante seu depoimento na CPMI do Oito de Janeiro. De acordo com a defesa, as afirmações feitas por Delgatti são “despidas de credibilidade”.
Por sua vez, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) afirmou em nota de sua assessoria que “novamente refuta e rechaça qualquer acusação de prática de condutas ilícitas e ou imorais pela parlamentar, inclusive, negando as aleivosias e teratologias mencionadas pelo senhor Walter Delgatti”.
Em vista do depoimento do hacker, a Polícia Federal avaliou haver contradições entre o que foi afirmado por Delgatti no depoimento à CPMI nesta quinta-feira e no seu depoimento declarado à Polícia Federal um dia antes, e por conta disso irá solicitar à justiça uma nova oitiva do hacker.