por angelica ca e paulo eneas
O candidato do Partido Republicano à presidência dos Estados Unidos, o ex-presidente Donald Trump, afirmou em entrevista à Bloomberg que se ganhar as eleições presidenciais em novembro, não defenderá Taiwan de potenciais ameaças da China, que considera a ilha parte de seu território. A entrevista foi concedida no mês passado e foi publicada na noite da última terça-feira (16/07).
Na entrevista, realizada há três semanas, Donald Trump criticou governos anteriores dos Estados Unidos, bem como a atual administração democrata por terem, no seu entender “permitido” que a ilha de Taiwan alcançasse uma liderança expressiva na indústria de semicondutores. O republicano também acusou Taiwan de manter a sua indústria de semicondutores afastada dos Estados Unidos.
É “estúpido” para Washington oferecer proteção à península de graça, insistiu Donald Trump. “Eles ficaram com cerca de cem por cento do nosso negócio de chips. Acho que Taiwan deveria nos pagar pela defesa”, afirmou Trump.
Em uma inacreditável sinalização de caminho livre para a China invadir a ilha, Donald Trump afirmou que seria “problemático” para os Estados Unidos defender Taiwan de uma agressão chinesa por razões geográficas. “Taiwan está a 9.500 milhas (cerca de 15.000 km) de distância [dos Estados Unidos]. Está a 68 milhas (pouco menos de 110 km) de distância da China”, complementou.
Na entrevista, Donald Trump admitiu que não se sentia “muito seguro” sobre a situação no estreito de Taiwan, onde Pequim “tem sido muito agressiva e colocou navios por todo o lado”. Sugeriu que a China poderia facilmente assumir o controle da ilha, mas que não o fez devido à decisiva indústria de semicondutores taiwanesa.
Reforçando seu viés isolacionista e pró-Moscou, Donald Trump também mostrou-se cético com relação às tentativas de punir a Rússia pela sua agressão militar à Ucrânia. Essa fala está em linha com a promessa demagógica que Donald Trump tem feito de “acabar com a guerra em 24 horas” se for eleito, pois a base dessa promessa é simplesmente levar os Estados Unidos a forçar a Ucrânia a aceitar os termos de rendição impostos por Moscou.
Oficialmente, o governo norte-americano incorpora a concepção do Partido Comunista Chinês de “uma só China”, concepção esta que afirma que Taiwan é parte integrante do território chinês.
No entanto, Washington vem apoiando as forças pró-independência de Taiwan e tem fornecido armas para a ilha. Joe Biden prometeu em várias ocasiões que os Estados Unidos defenderiam Taiwan militarmente na eventualidade de um ataque de Pequim. Agora, Donald Trump está afirmando explicitamente que o PC Chinês, sob seu governo, terá caminho livre para invadir Taiwan.
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