por angelica ca e paulo eneas
A imprensa internacional tem repercutido com grande destaque a decisão do ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, de mandar investigar a entidade Transparência Internacional. O prestigiado e influente jornal britânico Financial Times foi um dos primeiros veículos da imprensa internacional a repercutir a decisão, conforme pode ser visto neste artigo aqui do jornal londrino.
Por sua vez, o periódico Barrons, especializado em finanças e economia e referência no mercado financeiro internacional ao lado da Bloomberg, também noticiou o episódio numa reportagem que enfatiza o fato de que a entidade Transparência Internacional é reconhecida como organismo independente que analisa a percepção da corrupção em dezenas de países do mundo.
O ministro Dias Toffoli determinou a abertura de investigação da Transparência Internacional por suspeita, no entender do magistrado, de suposto desvio de fundos relacionados às indenizações oriundas da extinta Operação Lava Jato.
O jornal britânico Financial Times afirma em sua reportagem que a decisão de Dias Toffoli ocorreu “dias depois que a organização criticou os vacilantes esforços anticorrupção do país e o ressurgimento da sensação de impunidade”. Outro trecho da reportagem afirma que a extinta Operação Lava Jato “expôs uma cultura de suborno no Brasil” ao longo de seus sete anos.
A reportagem relembra também decisão recente do magistrado que mandou cancelar temporariamente a multa de R$ 10.3 bilhões do acordo de leniência do grupo J&F. No acordo de leniência da J&F assinado em 2017, o grupo comprometeu-se a pagar R$ 10.3 bilhões ao longo de 25 anos para o encerramento das investigações das operações Greenfield, Sepsis, Cui Bono, Bullish e Carne Fraca.
A decisão do magistrado de mandar a investigar a Transparência Internacional veio após divulgação do relatório anual da entidade sobre a percepção da corrupção em escala global, publicado no mês passado, no qual o Brasil caiu 10 posições, situando-se no 104º lugar entre 180 países analisados.
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