por angelica ca e paulo eneas
O petista Lula encaminhou à Organização dos Estados Americanos (OEA) um projeto de resolução alternativo ao projeto proposto pela Costa Rica, Estados Unidos, Chile, Canadá e Antígua e Barbados em relação à Nicarágua. O projeto desses países solicita à organização que exerça mais pressão sobre o regime de ditadura nicaraguense.
Na proposta formulada por estes cinco países, a ditadura de Daniel Ortega é instada a cessar a repressão e as prisões arbitrárias contra líderes religiosos. A perseguição a religiosos, principalmente da Igreja Católica, tem sido a tônica da ditadura nicaraguense, conforme temos reportado em matérias seguidas em nosso site.
No entanto, o governo brasileiro enviou esta semana um texto alternativo que busca baixar o tom das denúncias de repressão, de violação dos direitos humanos e do direito à propriedade, por parte do regime de Daniel Ortega. Em vez de condenar a ditadura nicaraguense, a delegação brasileira solicita à OEA “ações adicionais que possam contribuir para o fortalecimento da democracia, do Estado de direito e da proteção dos direitos humanos no país”.
Além disso, o texto originalmente proposto expressa “profunda preocupação” sobre a escalada da repressão na Nicarágua. Mas o Brasil pede para substituir esse qualificador por “expressar preocupação”.
O governo petista brasileiro também propõe mudar a linguagem que pede o fim da repressão e a restauração dos direitos civis e políticos, por expressões mais brandas que sugerem que tais ações “podem ser consideradas” violações dos direitos humanos.
A 53ª sessão da Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos será realizada nos dias 21, 22 e 23 de junho em Washington. Os opositores nicaraguenses exigem que a entidade adote medidas diplomáticas, políticas, econômicas e financeiras para contribuir com o restabelecimento da ordem democrática naquele país.
Os opositores também exigem que a OEA decida por qualificar a Frente Sandinista de Libertação Nacional (FSLN) como uma organização terrorista e que rejeite o pedido feito pela ditadura de Daniel Ortega e saída da Nicarágua da organização.