por angelica ca e paulo eneas
Fracassou a tentativa de golpe de Estado na Bolívia iniciada nesta semana pelo agora ex-comandante do Exército, Juan José Zúñiga. A tentativa de golpe foi denunciada pelo presidente do país, Luis Arce, que curiosamente está sendo acusado pelo militar golpista de ter dado a “ordem” para o golpe contra ele próprio.

Juan José Zúñiga vinha criticando severamente o ex-presidente boliviano Evo Morales, aliado do atual presidente Arce, por sua intenção de concorrer à presidência boliviana nas próximas eleições presidenciais daquele país, o que no entender do militar seria inconstitucional, e fez declarações na televisão que davam a entender uma suposta intenção dos militares de intervir no processo político contra Morales.

Em função dos embates, Juan José Zúñiga foi demitido do cargo de comandante do Exército Boliviano na terça-feira (25/06) por Luis Arce, atendendo pedido de Morales, segundo a imprensa boliviana. No entanto, no dia seguinte à demissão, Juan José Zúñiga negou tal fato, e reuniu-se com oficiais do comando e liderou destacamentos militares em direção à sede do governo boliviano.

Ainda na quarta-feira (26/06) Juan José Zúñiga deu declarações acusando o atual governo de querer abolir as Forças Armadas e dando a entender que os militares iriam tomar o poder, supostamente atendendo clamor popular e comprometendo-se  a libertar presos políticos, entre eles a ex-presidente Jeanine Áñez.

No decorrer da quinta-feira, a União Europeia e diversos países latino-americanos, assim como os Estados Unidos, condenaram a tentativa de golpe na Bolívia. Após o fracasso da tentativa de golpe e a prisão de Juan José Zúñiga, a Procuradoria-Geral da Bolívia anunciou que iniciará um processo penal contra os militares que participaram da tentativa de golpe de Estado.

A instituição também ativou um alerta migratório imediato para impedir que Juan Zúñiga e o restante dos militares rebeldes deixem a Bolívia. No decorrer desta quinta-feira (27/06) circularam notícias de que o tentativa de golpe de Estado teria sido ordenada pelo próprio presidente Luis Arce, para auferir ganhos políticos. A denúncia foi feita pelo próprio Juan Zúñiga.

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