por paulo eneas
O petista Lula não perde a oportunidade de fazer declarações contra seu próprio governo e que colocam seus ministros em saia justa, especialmente na área da economia. O impacto das declarações destrambelhadas de Lula só não é maior por que de algum modo os agentes econômicos já precificaram as suas falas, ou seja, não dão a importância a elas, pois esperam para observar as ações concretas de seus ministros.
A última declaração de Lula foi sobre o tema sensível do deficit fiscal para o ano que vem. Indo na contramão até mesmo do arcabouço fiscal proposto pelo seu próprio governo e aprovado esse ano no Congresso Nacional com mais de uma centena de votos favoráveis da “oposição de direita”, Lula afirmou taxativamente que a meta de deficit fiscal zero para o ano de 2024 não será cumprida.
Questionado nesta segunda-feira (30/10) sobre as declarações de Lula, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desconversou atribuindo a responsabilidade a decisões judiciais e ao mesmo tempo fazendo uma declaração contrária a de seu chefe. Haddad afirmou que “não há descompromisso de Lula com a meta fiscal”. Foi uma maneira de dizer ao mercado para não dar importâncias aos arroubos verbais de Lula.
O mercado reagiu: antes da fala de Haddad, a Bolsa de Valores havia experimentado uma queda de cerca de 1.5% desde a abertura, rompendo a mínima alcançada em 23/10. Após a fala do ministro, a cotação estabilizou, com a queda girando em torno de 0.8% no final da tarde.
Também nesta segunda-feira (30/10), o Ministério do Trabalho e Emprego divulgou dados sobre o mercado de trabalho brasileiro em setembro. O país criou um total de 211.764 vagas formais de trabalho no mês passado, o valor mais baixo da série histórica iniciada em janeiro de 2020. Essa redução poderá afetar o índice bimestral de desemprego a ser divulgado nos próximos dias.
No mês de agosto, a taxa de desemprego no Brasil atingiu 7.8% da população economicamente ativa, o patamar mais baixo desde 2014. A taxa atualmente está na banda inferior da média de desemprego no Brasil no últimos dez anos entre os meses de março a maio, como mostra o levantamento do site financeiro InfoMoney, mostrado mais abaixo.
O que estes números mostram é que a economia brasileira segue com boas perspectivas no que depender unicamente dos agentes econômicos privados, ou seja, dos brasileiros que trabalham e empreendem. As incertezas do cenário econômico ficam por conta de declarações desastradas como as do petista Lula, declarações estas que foram hoje desmentidas de maneira dissimulada, mas captada pelo mercado, pelo seu ministro da Fazenda.