Os conservadores norte-americanos entenderam há tempos que é um erro adotar a postura esnobe e elitista de ter nojinho da política, pois determinadas pautas como a agenda identitária, que não corresponde a uma resposta a problemas reais da população, mas sim a uma demanda ideológica de uma minoria, somente se impõe pela coerção estatal, e é na esfera da atuação política institucional efetiva que a direita deve enfrentá-la.



por angelica ca e paulo eneas
A governadora do Arkansas, Sarah Huckabee Sanders, sancionou na última terça-feira (21/03) uma lei que proíbe estudantes transgêneros de usarem banheiros femininos em escolas públicas e privadas daquele Estado norte-americano.

A nova a legislação se aplica a todas as séries, do jardim de infância ao ensino médio. Alunos que se identificam como transgêneros não poderão usar banheiros e vestiários correspondentes à sua alegada “identidade de gênero”. A nova lei ainda determina que as escolas ofereçam banheiros específicos para estas pessoas.

A lei sancionada estabelece que professores, diretores ou funcionários sejam multados em um mínimo de US$ 1.000 se não cumprirem a norma. Pais de alunos também poderão entrar com processo na Justiça caso as regras não sejam cumpridas.

A nova legislação sancionada pela governadora republicana torna o Arkansas o quarto estado norte-americano a impor tais medidas às escolas públicas, e ocorre enquanto  projetos de lei nos estados de Idaho e Iowa também aguardam a sanção de seus respectivos governadores.

Um exemplo e um paralelo com o Brasil
O exemplo norte-americano reforça o entendimento que temos repetido sobre o tema agenda identitária: esta agenda, por não corresponder a uma resposta a problemas reais da população, mas sim a uma demanda ideológica de uma minoria, somente se impõe pela coerção estatal.

O enfrentamento a esta agenda não se dá exclusivamente e nem principalmente na esfera da “guerra cultural”, mas pela ação institucional. E para que esta ação seja efetiva, é necessário que a direita se capacite a fazer política feito gente grande, aprenda a usar os mecanismos institucionais para fazer valer suas pautas e para brecar as pautas progressistas no âmbito institucional.

A direita norte-americana já aprendeu há tempos a fazer esse embate, por que os conservadores norte-americanos perceberam que é um erro adotar a postura elitista e esnobe de ter “nojinho” da política, e entenderam que é na esfera da ação política, e muitas vezes somente nesta esfera, que os problemas podem ser enfrentados.

Leia também:
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2) A Direita Brasileira & As Pautas Identitárias da Esquerda

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