por angelica ca e paulo eneas
O Exército de Israel já sabia há mais de um ano do plano de ataque do grupo terrorista Hamas que se concretizou no dia 7 de Outubro desse ano e que matou centenas de pessoas, a quase totalidade delas civis, segundo informou o The New York Times em reportagem publicada na semana passada.

As autoridades israelenses obtiveram um documento de 40 páginas que traz detalhes do plano do Hamas de lançar um ataque ao país, mas ignorou os avisos por considerar o plano muito ambicioso e difícil de ser colocado em prática pelo grupo terrorista.

Esse documento, que as autoridades israelenses chamaram de Muralha de Jericó, trazia detalhes “ponto por ponto” de um hipotético ataque terrorista do Hamas às comunidades do sul de Israel.

Em um e-mail de 6 de julho, uma analista de inteligência israelense que se concentrou no Hamas descreveu uma sessão de treinamento realizada em maio por esse grupo, que começou nas primeiras horas da manhã e durou até tarde da noite. O treinamento incluiu jipes e motocicletas, além de um cenário de abate de uma aeronave.

Numa resposta enviada seis dias após o aviso, um comandante das Forças de Defesa de Israel reconheceu o bom trabalho da analista, mas decidiu que a sessão de treino era apenas para exibição, um “cenário imaginário”, e não um plano de batalha concreto, segundo o comandante israelense.

De acordo com a analista, os militantes do Hamas gritavam palavras de ordem como “preparem-se para matar os porcos judeus” ou então “preparem-se para entrar e decapitar”. A analista de inteligência reportou que “eles estão treinando, com grandes forças, para um grande evento, isso é uma preparação para o evento real”.

Cerca de 3.000 terroristas do Hamas invadiram o território de Israel em 7 de outubro, sob a cobertura de fortes disparos de foguetes, atacando bases militares e invadindo comunidades civis, incluindo uma área aberta onde era realizado um festival de música reunindo centenas de jovens, que foram todos mortos em grande parte.

Cerca de 1.200 pessoas, a maioria delas civis incluindo mulheres, idosos e crianças, foram brutalmente massacradas no ataque sem precedentes, e outras aproximadamente 240 pessoas foram sequestradas para Gaza e feitas reféns. O atentado foi o maior assassinato em massas de judeus desde o Holocausto nazista.

A revelação trazida pelo The New York Times corrobora em parte a suspeita que levantamos aqui no Inteligência Analítica desde o dia do massacre. Não houve “falha de segurança” no sentido convencional do lado israelense. O ataque terrorista somente foi bem-sucedido por conta da sabotagem interna do establishment político, militar e de inteligência do Estado de Israel.


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