por paulo eneas
A tragédia da enchentes do Rio Grande do Sul ensejou o ambiente para exibir o que existe de melhor e também o que há de pior no brasileiro. Além de revelar a falência da instituições de Estado brasileiras pela sua incapacidade de preparar-se antecipadamente para mitigar os danos, principalmente no que diz respeito à salvar vidas humanas, a tragédia revelou a disposição de um segmento da população, aquele mentalmente sadio, em colaborar de modo voluntário para minimizar o sofrimento alheio.
A mobilização espontânea facilitada pelas redes sociais tem permitido que ajuda civil voluntária de todo tipo chegue aos necessitados, seja sob a forma de alimentos, medicamentos, suprimentos críticos, serviços profissionais principalmente de saúde, entre outros.
Mas enquanto um segmento ajuda os necessitados de maneira em geral anônima, outro segmento minoritário atua como verdadeiro espírito porco, procurando engajamento e espalhando todo tipo de fake news, em sua maioria politicamente motivadas, acentuando o clima de angústia e desespero das pessoas afetadas.
Essas fakes news circulam em geral sob a forma de áudios ou vídeos anônimos na internet trazendo “informações” rigorosamente falsas e outras sem qualquer verificação independente que possa confirmar a veracidade do que é afirmado. Em todos eles, o conteúdo visa superdimensionar a tragédia, espalhando um clima de pânico que gera ainda mais angústia nas vítimas.
Algumas dessas fake news esforçam-se em multiplicar o número de mortes para muito além do divulgado até o momento pela Defesa Civil do Estado. Fica claro nesses áudios e postagens que o espírito de porco que divulga estas informações falsas está realmente torcendo para que o número de mortes seja de fato muito maior do que o registrado até agora.
Outros vídeos e áudios espalharam a mentira de que autoridades do Estado e municipais estariam dificultando a circulação e chegada de ajuda humanitária, pois supostamente estariam exigindo a exibição de notas fiscais das mercadorias doadas ou exigindo habilitação dos que conduzem embarcações particulares civis de apoio.
Nenhuma dessas alegações foi comprovada por fonte independente. Pelo contrário, tanto a Brigada Militar (Polícia Militar) do Rio Grande do Sul, quanto a Secretaria da Fazenda do Estado desmentiram as alegações.
Em um desses vídeos, um espírito de porco diz que a prefeitura da cidade de Canoas, uma das mais afetadas, teria proibido a entrada de ajuda na cidade e afirma: “quem está lá vai morrer”. Esse mesmo espírito de porco afirma no vídeo que “tudo vem de uma força maior” da Prefeitura de Canoas, e acusa o prefeito da cidade de ter assassinado “milhares de pessoas” com sua suposta decisão.
Obviamente o espírito de porco que gravou o vídeo deve ter aspirações eleitorais para este ano e está “aproveitando” a tragédia na cidade para projetar-se da maneira mais macabra possível. Nesta terça-feira (07/05) o Ministério da Justiça determinou à Polícia Federal que abra investigações sobre a disseminação destas fake news relativas às enchentes no Rio Grande do Sul.
De nossa parte, por óbvio, repudiamos esse oportunismo político macabro e recomendamos ao leitor não dar crédito nem divulgar ou repassar conteúdos sensacionalistas de origem desconhecida produzida por gente de espírito de porco que deseja apenas surfar politicamente em cima da tragédia.
Continuaremos a acompanhar a situação divulgando informações com base em fontes verificáveis, e principalmente a divulgar as iniciativas espontâneas de cidadãos que estão se organizando a ajudar as vítimas de maneira voluntária movidos não por interesse político mas por espírito humanitário.
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