por paulo eneas
A tragédia das enchentes no Rio Grande do Sul deu azo a preocupações e até mesmo especulações bombásticas sobre iminente desabastecimento de arroz no Brasil. O Estado gaúcho é o maior produtor de arroz do país, e responde por 70% de toda produção nacional.
No entanto, segundo a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul, mais de 84% da área plantada de arroz do Estado já havia sido colhida até a primeira semana do mês de maio desse ano. A entidade afirma que o volume da safra de arroz deste ano, apesar da tragédia das enchentes, será superior a 7 milhões de toneladas.
Por sua vez, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que o consumo de arroz no Brasil no período das safras 2022/23 e 2023/24 será de 10.5 milhões de toneladas. Ainda segundo o presidente da entidade rural gaúcha, o principal problema será a logística de escoamento em função das chuvas, mas observa que as condições da Rodovia BR-101, que liga o sul ao norte do país, estão adequadas.
Do lado do consumo, a Associação Paulista de Supermercados (APAS) afirma que “não há risco iminente de desabastecimento nos supermercados”.
A despeito do informado pelas entidades do setor produtivo privado, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) foi autorizada a importar até um milhão de toneladas de arroz pronto para consumo. A importação será feita por meio de leilões públicos.
As informações trazidas pelas entidades privadas do setor ganharam pouca atenção da mídia, com algumas exceções como as publicações do segmento de commodities do mercado financeiro. No entanto o alarde sobre risco iminente de desabastecimento ganhou ampla divulgação.
O fato é que parte da mídia mainstream e também das chamadas mídias alternativas e influenciadores digitais já percebeu que “vender” desgraça e angústia é mais lucrativo e gera mais engajamento do que trazer a verdade.
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