por paulo eneas
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 1.4% no segundo trimestre deste ano em relação ao trimestre anterior. O valor total de bens e serviços produzidos no país no segundo trimestre deste anos foi de R$ 2.9 trilhões, segundo os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (03/09).
O crescimento ficou acima dos 0.9% esperados pela maior parte das projeções feitas por agentes econômicos e economistas. Os setores da indústria e de serviços foram os que mais pesaram na alta do PIB, registrando cada um deles um crescimento de 1.0% e de 1.8% respectivamente.
O dado dissonante veio do setor agrícola e de pecuária, o carro chefe das exportações brasileiras: o segmento experimentou uma queda de 2.7% na riqueza gerada no segundo trimestre em relação ao trimestre anterior.
O crescimento do PIB foi impulsionado pelo consumo das famílias e do governo, que experimentou cada um deles uma alta de 1.3% no período. Por sua vez, o crescimento em investimentos, medido pela formação bruta de capital fixo, foi de 2.1% no segundo trimestre.
Do lado do segmento industrial, os setores que mais contribuíram foram da construção civil, que é um segmento de mão de obra intensiva, e o de desenvolvimento de software.
Na extensão anualizada, que compara um dado trimestre com o mesmo trimestre do ano anterior, todos os segmentos, exceto o da agropecuária, experimentaram alta (anualizada) variando de 3.7% a 8.5% no período projetado. A taxa de investimentos no segundo trimestre de 2024 ficou em 16.8% do PIB, número também superior ao primeiro trimestre.
Dois Questionamentos Importantes: Inflação e Gastos Governamentais
Dois questionamentos importantes têm pautado a discussão entre especialistas em relação ao aumento do PIB. Questiona-se se o aumento do consumo das famílias reflete um aumento efetivo na quantidade de bens e serviços consumidos, ou se reflete a inflação de preços desses bens e serviços. Afinal, as famílias estão consumindo mais ou pagando mais caro pelos mesmos bens e serviços? Não há resposta consensual a respeito.
A dúvida suscitada mostra a preocupação presente com a taxa de inflação, que atualmente encontra-se em 4.23% nos últimos 12 meses, acima portanto da meta fixada pelo Banco Central. Essa pressão inflacionária tem levado analistas a prever um aumento de até meio ponto percentual na Taxa de Juros Selic na próxima reunião do Copom, Comitê de Política Monetária do Banco Central, que será em 18 de setembro.
Outro questionamento diz respeito ao método usado há décadas pelo IBGE para incluir os gastos governamentais no cálculo do PIB: parte desses gastos é incluída como investimento, o que é considerado questionável por muito economistas. Esta é uma discussão acadêmica que se arrasta há anos e sempre vem à tona sob um viés político quando da divulgação de dados do Produto Interno Bruto.
O fato é que o Governo Lula vem aumentando enormemente os gastos públicos, gerando elevação da dívida pública e sua relação com o PIB. O mesmo tem ocorrido nos Estados Unidos, sob o Governo Biden. Tanto lá como cá o respectivo PIB vem crescendo.
A pergunta que cabe então é: as economias norte-americana e brasileira têm crescido por conta do aumento dos gastos públicos, ou ambas têm se mostrado resilientes o bastante para crescer a despeito da frouxidão fiscal de cada um desses governos que, não por coincidência, são governos de esquerda?
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