por paulo eneas
Uma série de manifestações populares eclodiram em várias cidades venezuelanas nesta segunda-feira (29/07) depois que o ditador Nicolás Maduro foi formalmente declarado “vencedor” das eleições fraudulentas realizadas no último fim de semana na Venezuela. Conforme era esperado, a comissão eleitoral venezuelana confirmou nesta segunda-feira a “vitória” de Maduro por 51.2% do votos.

Na capital Caracas os manifestantes bloquearam as ruas e centenas de pessoas foram vistas marchando pela via principal batendo panelas e frigideiras em protesto contra o resultado oficial fraudulento do pleito. Manifestantes atearam fogo aos cartazes eleitorais de Maduro junto à principal base militar da cidade, que é também residência do ditador.

Os manifestantes também ocuparam o Aeroporto Internacional Simón Bolívar, em Maiquetía, o maior do país, enquanto outros grupos teriam bloqueado suas vias de acesso. A rede colombiana Blu Radio informou também nesta segunda o bloqueio das vias de acesso a Valle e Coche, dois bairros populares de Caracas.

As manifestações estenderam-se para as localidades de Petare e Guarenas e na freguesia de Caucagüita, município de Sucre, estado de Miranda, bem como na cidade de Maracay.  O site de notícias Infobae informou também que nesta segunda-feira ao menos quatro manifestantes morreram e outros 46 foram presos além de inúmeros feridos.

Como de praxe, o ditador Nicolás Maduro acusou os manifestantes de tentativa de golpe de Estado “de natureza fascista”, e ordenou uma dura repressão aos manifestantes. Os alvos da repressão violenta empreendida pelos militares venezuelanos sob o comando de Maduro são os manifestantes nas ruas e os opositores políticos.

Um desses alvos foi Freddy Superlano, dirigente do partido Voluntad Popular, da líder opositora María Corina Machado. Superlano teria sido detido e sequestrado em Caracas por agentes do regime de Nicolás Maduro nesta terça-feira (30/07).

O Futuro Próximo da Venezuela
Desde a instalação da ditadura chavista na Venezuela houve dezenas ou centenas de mobilizações massivas de rua, que resultaram em inúmeras mortes de inocentes e prisões. Nenhuma delas abalou em um milímetro sequer o regime chavista, que somente fortaleceu-se nos últimos anos.

É provável que o mesmo ocorra nesse ano, pois com a continuidade já esperada do ditador Nicolás Maduro no poder e o apoio reforçado que recebe da Rússia e da China, e a omissão covarde das democracias liberais do Ocidente, principalmente os Estados Unidos e Europa Ocidental, o ditador agora fortalecido terá caminho livre para acentuar a repressão aos opositores e ao povo venezuelano em geral.

Todas as análises feitas em anos recentes pela direita sobre o fim do regime de ditadura da Venezuela se mostraram erradas. Quando Donald Trump assumiu a Casa Branca em 2017 era dado como certa a queda do ditador Maduro. Nada ocorreu, pois Donald Trump não moveu uma palha nesse sentido. O que houve foram medidas de ofício as agências norte-americanas de combate ao tráfico de drogas que impuseram sanções aos membros do regime chavista, mas sem efeito algum.

Quando Jair Bolsonaro assumiu a Presidência da República do Brasil em 2019, novamente criaram-se expectativas quanto ao fim iminente da ditadura chavista, mas que se mostraram igualmente frustradas. Naquele ano de 2019 criaram-se até mesmo narrativas mentirosas de que aviões russos estariam supostamente retirando ouro da Venezuela, como indicativo da suposta queda iminente do regime. Era tudo uma mentira.

Donald Trump saiu da Casa Branca em 2020 e Nicolás Maduro continuou no Palácio Miraflores. Jair Bolsonaro saiu do Palácio do Planalto em 2022 e Maduro permaneceu forte no poder em Caraas, tendo até mesmo recebido de Jair Bolsonaro autorização para entrar em solo brasileiro para a posse do petista Lula.

Portanto, não temos razão objetiva alguma para acreditar numa mudança iminente na Venezuela. A presença russa e chinesa em solo venezuelano, bem como dos prepostos do Irã como o grupo terrorista Hezbollah e da milícia privada de Vladimir Putin, o Wagner Group, acentuaram-se sob as barbas de Jair Bolsonaro e Donald Trump. Uma presença que obviamente prosseguiram sob os governos do democrata Joe Biden nos Estados Unidos e do petista Lula no Brasil.

A menos que esta presença ostensiva russa e do Hezbollah venha a se tornar uma ameaça real aos Estados Unidos, pouco provável que alguma ação externa mais efetiva venha a ser tomada contra o regime de Nicolás Maduro no médio prazo por parte das democracias liberais lideradas por homens sem H fracos e covardes, tanto na esquerda quanto na direita.

As declarações dadas pelas chancelarias norte-americana e europeias sobre as eleições fraudulentas na Venezuela foram apenas formalidades para a opinião pública e não terão qualquer consequência prática.

Os venezuelanos continuarão entregues sozinhos à própria sorte porque não existem mais líderes políticos autênticos no Ocidente. Churchill, Roosevelt, Thatcher, Ronald Reagan foram os últimos. Hoje tudo que se tem são burocratas covardes e corruptos. Tanto na esquerda e quanto na direita. Colaboração de Angelica Ca.

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