por angelica ca e paulo eneas
Apenas alguns dias antes do ataque do regime de ditadura do Irã ao Estado de Israel neste fim de semana, a diplomacia de anão do governo petista mais uma vez mostrou seu alinhamento com as ditaduras e as nações párias do mundo. O Brasil se absteve durante votação realizada em 04 de abril de uma resolução do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas que investiga a violação de direitos humanos no Irã contra mulheres, crianças e minorias étnicas.

Durante a sessão, o embaixador brasileiro nas Nações Unidas, Tovar da Silva Nunes, justificou a abstenção do voto por considerar que o governo iraniano “está aumentando seus esforços para melhorar a situação dos direitos humanos no país” e encorajou o Irã a “seguir aumentando seu envolvimento com mecanismos de direitos humanos num espírito de cooperação e abertura”.

Para além do palavreado enfadonho e burocrático-protocolar da diplomacia, a fala do embaixador brasileiro é de um cinismo atroz, uma vez que é sabido que o regime iraniano não empenha esforço algum para assegurar direitos humanos de amplos setores da sociedade iraniana.

Pelo contrário, a marca registrada do regime teocrático iraniano é a perseguição sistemática a mulheres, homossexuais e minorias étnicas, justamente os segmentos que a esquerda ocidental afirma representar e supostamente defender.

Apesar da abstenção do Brasil, a resolução foi aprovada por 24 votos a favor, 15 abstenções e oito contra. Todo os votos contrários foram de regimes de ditadura.

O último relatório da presidente da Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos sobre o Irã, Sara Hossain, concluiu que a “violenta repressão do Irã aos protestos pacíficos” do movimento Mulher-Vida-Liberdade desde setembro de 2022 resultou em “graves violações dos direitos humanos”, muitas das quais consideradas equivalentes a crimes contra a humanidade.

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