Cúpula mostra que quase toda a direita ocidental defende o agressor russo, sem perceber que a Rússia há décadas é a maior ameaça à paz mundial e à soberania das nações, pois juntamente com a China representa um claro projeto de natureza imperialista, antidemocrático e hostil às soberanias nacionais.
paulo eneas
A Cúpula Pela Paz na Ucrânia, realizada neste final de semana na cidade de Buergenstock, Suíça, e que reuniu representantes de 101 países terminou conforme esperado: sem qualquer consequência prática no que diz respeito à guerra de agressão que a Rússia do ditador Vladimir Putin empreende há mais de dois anos contra a nação soberana da Ucrânia.
Uma guerra na qual os regimes ou governos autoritários alinhados ao bloco russo-chinês e as ideologias igualmente autoritárias e antidemocráticas presente no Ocidente, principalmente nas fileiras das forças políticas que se apresentam como sendo de direita, apoiam e defendem agressão militar russa contra o território ucraniano a pretexto de combater o que chamam de “globalismo ocidental”.
A cúpula foi encerrada com uma declaração que defende a soberania nacional e a integridade territorial da Ucrânia. O documento foi assinado por 84 dos países participantes.
Os países do eixo autoritário liderados pela Rússia e China se recusaram a assinar o documento, entre eles o Brasil, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita. Na América Latina, a Argentina, o Chile de Gabriel Boric, Guatemala e Costa Rica assinaram a declaração. Como o leitor pode observar, o bloco do BRICS alinhou-se integralmente ao agressor russo.
Um dia antes do início da cúpula, o ditador russo Vladimir Putin apresentou seus termos de rendição à Ucrânia, disfarçados de plano de paz: o ditador exige que a Ucrânia abra mão dos territórios já tomados pelos russos e se comprometa a não ingressar na União Europeia ou na OTAN.
Obviamente a declaração de encerramento da cúpula não irá frear as intenções expansionistas eurasianas de Vladimir Putin, que desempenha hoje o mesmo papel desempenhado por Adolf Hitler há cerca de um século: empreende um projeto imperialista autoritário e conta para isso com apoio amplo da direita ocidental.
A pergunta que se deve fazer é por que parte da direita do Ocidente apoia o ditador Vladimir Putin, que sustenta e financia grupos terroristas no Irã e na Síria e regimes de ditadura comunista como da Venezuela, Nicarágua e Coreia do Norte, além de manter aliança estratégica com a China.
Não sabemos a resposta definitiva. Mas o fato é que a direita no Ocidente vive e se nutre unicamente do embate ideológico. E quando o debate político é deslocado para o campo puramente ideológico, as pessoas parece que perdem de vista o quê e quem são de fatos os agentes políticos que estão disputando o poder.
Isso pode ser observado claramente no caso da Guerra da Ucrânia: quase toda a direita ocidental (sem aspas, pois esta é a direita que existe hoje) defende o agressor russo, sem perceber que a Russia há décadas é a maior ameaça à paz mundial e à soberania das nações, pois juntamente com a China representa um claro projeto de natureza imperialista, antidemocrático e hostil às soberanias nacionais.
Ao nosso ver, essa direita age assim por estar sendo há décadas cegada por falácias ideológicas criadas justamente para fazer esta direita odiar a democracia e o Ocidente e desejar sua destruição, e desta forma tonar-se aquilo que ela é hoje: uma linha auxiliar do do projeto revolucionário materializado no imperialismo russo-chinês.
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