por paulo eneas
Conforme havíamos antecipado e conforme era esperado, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados confirmou na noite desta terça-feira (06/06) a perda do mandato de deputado federal do ex-procurador Deltan Dallagnol, eleito no ano passado pelo Estado do Paraná com cerca de 345 mil votos.

A Mesa Diretora limitou-se a referendar a decisão proferida pela Justiça Eleitoral que anulou o registro da candidatura de Deltan Dallagnol por suposto descumprimento da Lei da Ficha Limpa. Não foi analisado o mérito da decisão judicial, de modo que o Legislativo limitou-se a chancelar burocraticamente a decisão.

Em termos políticos, a confirmação da cassação de Deltan Dallagnol já era esperada. Obviamente as manifestações do último fim de semana tiveram efeito nulo, como têm tido todas as manifestações populares em anos recentes como decorrência da instrumentalização e manipulação da indignação popular empreendida por Jair Bolsonaro: atualmente nenhum político ou membro de outro poder tem “medo” de povo na rua.

Também não houve qualquer empenho dos demais parlamentares em sair na defesa de Deltan: alguns limitaram-se a posar em fotos segurando cartaz ao lado do agora ex-deputado, outros correram para expressar indignação afetada em rede social apenas para gerar engajamento.

Não houve articulação política alguma, muito menos por parte da suposta direita parlamentar, no sentido de pressionar a mesa diretora para não chancelar a cassação, ainda que a pretexto da defesa da independência do Poder Legislativo.

A cassação de Deltan Dallagnol vem no âmbito das punições que possivelmente serão aplicada a todos os agentes públicos ou políticos que em período recente atuaram no enfrentamento às denúncias de suspeita de corrupção.

Este processo “criminalização informal” e banimento político de todos os agentes que em anos recentes estiveram do lado do enfrentamento à corrupção teve início no Governo Bolsonaro e irá acentuar-se ao longo da nova era petista. Depois de Deltan Dallagnol o próximo alvo seguramente será o senador e ex-juiz Sérgio Moro.

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