por paulo eneas
Enquanto a inexistente oposição de “direita” formada pelo puxadinho bolsonarista do Centrão concentra sua medíocre atividade política nas lacrações em redes sociais e no denuncismo retórico e oco de efeito nulo, e que muitas vezes acaba se voltando para os palermas denunciadores, a esquerda mostra como se faz política como gente grande em benefício de sua agenda.

O exemplo mais recente desta distância abissal entre a competência política da esquerda e incompetência da pseudo-direita bolsonarista na entrega de resultados políticos ocorreu na última sexta-feira (07/07) quando a Câmara dos Deputados aprovou o PL 2920/23 que cria o Programa de Aquisição de Alimentos.

De autoria do Governo Lula, o projeto de lei foi relatado pelo deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) e foi aprovado sem qualquer dificuldade no plenário.

O projeto aprovado prevê que as prefeituras deverão dar prioridade a “assentados da reforma agrária” e outros grupos controlados pela esquerda na aquisição de alimentos para merenda escolar. A medida é a porta de entrada para possibilitar que dinheiro público seja escoado com amparo em lei para entidades como o MST.

A prática já ocorreu em governos petistas passados e foi alvo de denúncias e investigação pela Polícia Federal. Em 2013 o então juiz Sergio Moro determinou a prisão de 14 agricultores acusados de irregularidades no fornecimento de produtos ao setor público.

Por sua vez, o próprio MST já foi acusado de falsificação de documentos e uso indevido de nomes de agricultores para desviar verbas públicas de R$ 1 milhão, segundo informa o Diário do Poder.

O PL 2920/23 prevê também a criação do Programa Cozinha Solidária, para o fornecimento alimentação gratuita para população carente e cria uma “reserva de mercado” para famílias inscritas nos programas sociais para o fornecimento de alimentos ao programa.

O projeto aprovado também elimina a necessidade de licitação para aquisição de merenda escolar junto aos grupos beneficiados por esta reserva de mercado, e estipula que no mínimo 30% das compras públicas de alimentos deverão ser feitas junto à agricultura familiar.

Um projeto dessa envergadura passou praticamente desapercebido em comissões e chegou ao plenário para votação sem dificuldade. Não vimos um único parlamentar da imaginária e inexistente “oposição” de direita bolsonarista manifestar-se a respeito, pois a maioria desses detentores de mandato ineptos para a atividade política séria e adulta está quase sempre ocupada em gerar engajamentos em redes sociais.

Observe-se ainda que o projeto aprovado revela um dos modus operandi da esquerda: seus parlamentares não ficam perdendo tempo em embates ideológicos ou não se restringem a eles. Em vez disso, empenham-se com afinco em viabilizar ações concretas que beneficiam os grupos sociais que estes parlamentares representam.

Essa preocupação e zelo em produzir e entregar resultados políticos concretos nunca existiu na pseudo-direita brasileira. Ela simplesmente ignora essa dimensão da política, e reduz sua atuação a embates ideológicos ocos, permeados de chavões e frases feitas que costumam ser refutados facilmente pela esquerdistas mais experientes, como temos visto em período mais recente.


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