por paulo eneas
O atentado cometido contra Donald Trump nesse fim de semana (13/07) durante comício de campanha do candidato presidencial dos republicanos na cidade de Butler, Estado da Pensilvânia, está sendo considerado pelo FBI como uma tentativa de assassinato e um ato de terrorismo interno, que é definido como atos praticados nos Estados Unidos com o objetivo de intimidar ou coagir civis ou influenciar políticas do governo norte-americano.

Donald Trump foi alvo de tentativa de assassinato por um atirador enquanto discursava no comício. Identificado como Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, o atirador foi morto logo após os disparos pelos agentes do Serviço Secreto. Um fuzil AR-15 foi encontrado junto ao corpo do terrorista, bem como explosivos em seu carro.

Segundo a polícia, ainda não há informações sobre as motivações do crime. O FBI afirma que o atirador agiu sozinho. O porta-voz do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Anthony Guglielmi, afirmou que o atirador disparou vários tiros em direção ao palco onde Donald Trump discursava. Os tiros foram disparados a partir de uma posição elevada fora do local do comício.

Logo após os disparos, Donald Trump foi retirado do local com ferimento na orelha, mas sem correr risco de morte. No entanto, um dos participantes do comício foi atingido e morreu e outras duas outras pessoas ficaram em estado grave.

O bombeiro Corey Comperatore, de 50 anos, morreu ao usar seu corpo para proteger a mulher e os filhos dos disparos do criminoso. Os feridos gravemente foram David Dutch, 57, e James Copenhaver, 74, que seguem internados.

Repercussão Política do Atentado
O atentado teve, obviamente uma enorme repercussão política. Alguns comentaristas aventaram a hipótese de armação, de um atentado fake. Um hipótese pouco plausível dado os enormes riscos envolvidos, o que incluiria burlar o Serviço Secreto dos Estado Unidos.

A imprensa tradicional, inclusive a brasileira, fez uma cobertura vergonhosa nas primeiras horas após o atentado, em total descompromisso com a verdade dos fatos, procurando omitir a gravidade do que de fato ocorreu: a tentativa de assassinato de um candidato a Presidente dos Estados Unidos.

Por sua vez, a campanha trumpista brifou sua militância com o argumento de que o atentado seria responsabilidade dos oponentes políticos de Donald Trump e da imprensa, por conta das críticas pesadas dirigidas ao candidato republicano, críticas estas que foram classificadas pelos trumpistas como “discurso de ódio”.

Ou seja, a campanha da “direita” americana está usando o mesmo argumento que a esquerda usa tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil para justificar as medidas de cerceamento à liberdade de expressão e criminalização de determinadas opiniões.

Pois segundo esta visão, o exercício da liberdade de expressão para expressar opiniões que estão em desacordo com uma certa linha de pensamento, ou não alinhadas com os interesses de um grupo político, torna-se automaticamente “discurso de ódio” que precisa e deve ser criminalizado.

Tanto a atual direita americana hegemonizada pelo trumpismo quanto a direita brasileira hegemonizada pelo bolsonarismo parece terem abraçado essa ideia, que por sua vez teve origem, inclusive semântica, na esquerda norte-americana sendo depois importada pela esquerda brasileira.

Exemplo dessa adesão encontramos na fala do economista Stephan Kanitz, um crítico das políticas de esquerda. Kanitz fez uma publicação em rede social seguindo basicamente essa linha de pensamento.

O economista “informou” que se Donald Trump for eleito mais de mil jornalistas serão presos por supostamente incitar o crime contra o candidato republicano, e defendeu que punições sejam aplicadas a quem não emitir “opiniões civilizadas”. A publicação de Kanitz e nosso comentário a ela podem ser vistas nesse link aqui.

As Implicações Eleitorais do Atentado
Obviamente o atentado contra Donald Trump irá impactar na estratégia de campanha do candidato republicano, mas acreditamos que pouco irá impactar no resultado das eleições presidenciais. Conforme mostraremos em artigo em separado, a menos de algum fato absolutamente extraordinário e imprevisível, Joe Biden é hoje o candidato com mais chances de vitória.

Esse nosso prognóstico, que obviamente pode vir a não se confirmar, se baseia em algumas premissas, que exploraremos em artigo em separado no próximos dia, mas que podem ser resumidas da seguinte forma:

• Joe Biden não vai desistir da campanha, pois isso seria o mesmo que os Democratas darem a Donald Trump exatamente o que ele quer: a desistência do oponente que o derrotou há quatro anos.

• O eleitor americano vota de maneira menos emotiva e passional que o eleitor brasileiro, ele vota segundo os resultados concretos entregues pelo governante.

• Os republicanos, controlados pelos trumpistas, mentiram permanentemente para o eleitor americano nos últimos quatro anos, o que pode lhes custar muito caro em termos eleitorais.

• A economia americana segue aquecida, chegando próximo ao patamar de pleno emprego. Todas previsões de recessão iminente nos Estado Unidos para este ano falharam miseravelmente.

• Consequentemente, a famosa frase “it is the economy, stupid” proferida por James Carville, estrategista da campanha vitoriosa de Bill Clinton contra George W Bush em 1992 poderá talvez se confirma novamente.

• O discurso anti-imigração de Donald Trump não encontra a mesma força que encontrou em 2016 por conta da promessa não cumprida de conclusão do muro com a fronteira mexicana e o novo quadro econômico.

• Há um menor engajamento em campanha de ruas por parte do eleitor comum, o que é mais prejudicial à campanha de Donald Trump.

Esses fatores e outros que elencaremos em texto posterior nos leva a acreditar ser mais provável a vitória de Joe Biden no pleito presidencial norte-americano deste ano. Colaboração Angelica Ca.


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