A reação israelense ao massivo ataque iraniano do último fim de semana foi exatamente aquela que antecipamos em nosso texto O Script do Teatro do Oriente Médio, publicado em nossa rede social nesta quarta-feira.


por paulo eneas
Explosões ocorridas em três cidades iranianas na madrugada desta sexta-feira (19/04) foram atribuídas a um suposto ataque aéreo israelense em resposta ao ataque ostensivo com drones e mísseis promovido pelo Irã contra o território do Estado de Israel no último fim de semana.

A rede norte-americana ABC News, citando fontes militares americanas, noticiou as explosões como sendo um suposto ataque de Israel ao Irã.

As explosões foram registradas na região central da província de Isfahan, incluindo a cidade de Natanz, onde estão localizadas as principais instalações de enriquecimento de urânio do Irã. O espaço aéreo local, bem como sobre a região da capital Teerã foi fechado logo em seguida.

A Rede CNN e a Fox News afirmaram em seguida, citando também fontes norte-americanas, que Israel teria comunicado aos Estados Unidos que não teria planejado atingir instalações nucleares do Irã no suposto ataque. Ainda segundo tais fontes, os ataques seriam limitados, poupando civis e instalações nucleares.

Por sua vez, a mídia iraniana controlada pelo regime afirma que a defesa iraniana teria supostamente derrubado três drones e que não foram detectados ataques com mísseis. Da mesma forma afirma que as instalações nucleares iranianas estariam “intactas e seguras”.

Na manhã desta sexta-feira (horário israelense) o Governo do Estado de Israel comunicou oficialmente que não iria comentar as explosões nas cidades iranianas. A imprensa norte-americana encarregou-se de atribuir o suposto ataque a Israel, citando fontes principalmente norte-americanas.

Também na manhã dessa sexta-feira (horário local) a mídia estatal iraniana procurou mostrar imagens de normalidade na cidade de Isfahan, minimizando o ataque com drones atribuído a Israel na noite anterior.

O comandante do Exército Iraniano, Siavosh Mihandoust, afirmou na televisão estatal que não houve danos no ataque noturno e ainda atribuiu o barulho das explosões a uma ação do sistema de defesa alvejando um “objeto suspeito”. Já na manhã da sexta, os dois principais aeroportos de Teerã foram reabertos para voos.

Publicações no X-Twitter de dois membros do gabinete de coalização israelense, Ben Gvir e Tally Gotliv, foram interpretadas como celebração pela “mensagem” enviada ao Irã nessa madrugada, a saber: o Estado de Israel possui capacidade para atingir o interior do território iraniano.

A Agência Internacional de Energia Atômica das Nações Unidas confirmou não ter havido, supostamente, danos às instalações nucleares iranianas por conta do ataque com drones atribuído a Israel.

Ao longo do dia, membros oficiais do regime iraniano afirmaram não haver planos do Irã para alguma retaliação imediata ao Estado de Israel por conta desse suposto ataque. Os mesmos integrantes do regime do iraniano afirmaram ainda que “a fonte externa do ataque não foi ainda confirmada”, especulando que o ato possa ter resultado de infiltração interna.

Por fim, fontes diversas de agências de inteligência ocidentais afirmaram à Rede CNN que ataques diretos entre Israel e Irã por ora estão cessados e que o Irã não irá reagir com um novo ataque a Israel por conta do suposto ataque desta madrugada.

Do lado norte-americano, fontes do governo citadas pela Fox News afirmam que “Israel atingiu seu objetivo, alvejando o que desejava alvejar” para demonstrar a ineficácia do sistema de defesa antiaérea iraniano, de fabricação russa. Por fim, a Casa Branca afirmou pela sua porta-voz que não iria comentar o suposto ataque israelense em solo iraniano.

Um desfecho antecipado
O que fica claro no conjunto de informações vagas que veio a público é que a reação israelense ao massivo ataque iraniano do último fim de semana foi exatamente aquela que antecipamos em nosso texto O Script do Teatro do Oriente Médio, publicado em nossa rede social nesta quarta-feira, e que pode ser visto neste link aqui.

Resumidamente: Israel não irá promover tão cedo uma ação militar ostensiva contra o Irã mesmo após ter sido atacado, por razões geopolíticas locais e por ausência de unidade política interna para se chegar a esta decisão, conforme detalhamos no texto linkado acima.

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