Segundo nossas fontes, a evolução das investigações sobre o caso das joias faz aumentar a possibilidade de que Mauro Cid venha a fazer uma delação premiada que poderá resultar na imputação criminal do ex-presidente.


por paulo eneas
A Polícia Federal deflagrou nesta sexta-feira (11/08) uma operação contra ex-assessores auxiliares do ex-presidente Jair Bolsonaro no âmbito de uma investigação que apura suspeitas de vendas de presentes preciosos, incluindo joias e objetos de ouro, recebidos como presentes diplomáticos dados ao Brasil durante as visitas oficiais do ex-presidente ao exterior.

Foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo (SP), Brasília (DF) e Niterói (RJ). Um dos alvos da operação foi o tenente-coronel Mauro Cid, que exercia a função de ajudante de ordens do ex-presidente.

Em um áudio de Mauro Cid apreendido na busca realizada pela Polícia Federal, o ex-ajudante aparece tratando do repasse de 25 mil dólares que supostamente seriam destinados a Jair Bolsonaro.

Em outro trecho do áudio, o ex-ajudante trata da possível venda de objetos de ouro recebidos como presentes durante visita oficial do ex-presidente a Bahrein ainda em 2019, bem como da venda de relógios e joias doados como presentes ao Brasil pela Arábia Saudita.

A Polícia Federal afirma que o interlocutor das conversas em áudio seria Marcelo Câmara, assessor especial do então presidente. Em determinado trecho da conversa, ainda segundo a Polícia Federal, Mauro Cid supostamente manifesta preocupação em repassar os recursos financeiros a Jair Bolsonaro em espécie, sem usar o sistema bancário.

Outros trechos do áudio apreendido pela Polícia Federal e que veio a público nos veículos de imprensa sugerem que Mauro Cid supostamente atuaria como “operador” para o ex-presidente, encarregado de vender os presentes recebidos, que por lei deveriam permanecer como patrimônio da União, e repassar off records os recursos das vendas ao ex-presidente.

A evolução das investigações da Polícia Federal sobre o caso das joias e presentes do exterior durante o Governo Bolsonaro sugere o que nossas fontes têm afirmado recentemente: cresce a possibilidade de que Mauro Cid venha a fazer uma delação premiada que poderá resultar na imputação criminal do ex-presidente.

Uma hipotética condenação criminal do ex-presidente Jair Bolsonaro por ilícitos relacionados ao trato de recursos e de bens públicos representará um dos maiores trunfos políticos para a esquerda.

Pois nos anos recentes a direita brasileira começou a renascer (até ser abortada pelo bolsonarismo) com um discurso contra a corrupção da esquerda.

Como Jair Bolsonaro ainda é percebido erroneamente pelo grande público como sendo um político de “direita”, sua hipotética condenação por supostos ilícitos banais próprios de um político medíocre do baixo clero será largamente utilizada pela esquerda para reverter o discurso, e dizer que quem pratica corrupção é a direita.


 

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