por angelica ca e paulo eneas
O presidente da Argentina, Javier Milei, anunciou nesta segunda-feira (22/04) que o país alcançou um superávit orçamentário público no primeiro trimestre de 2024. É a primeira vez desde 2008 que o país apresenta resultado positivo nas contas públicas, como resultado de uma série de políticas adotadas pelo atual governo destinadas a reduzir o tamanho e os gastos do Estado.
Javier Milei celebrou o superávit orçamentário como um feito histórico e alertou a população para não esperar uma saída da recessão “de mãos dadas com [o aumento dos] gastos públicos”.
No primeiro trimestre de 2024, o país sul-americano registou um excedente fiscal de cerca de 275 mil milhões de pesos (cerca de 309 milhões de dólares à taxa oficial), conseguindo desta forma e depois de mais de 20 anos um excedente financeiro de 0.2 por cento do PIB argentino.
Javier Milei tomou como presidente argentino em dezembro do ano passado com o compromisso de reduzir o défice fiscal público a zero, uma meta mais ambiciosa que a imposta pelo próprio Fundo Monetário Internacional, com o qual a Argentina tem um acordo de crédito de 44 mil milhões de dólares.
Tão logo assumiu, Milei empreendeu um ajustamento draconiano que incluiu, entre outros, a paralisação de obras públicas, demissões de funcionários, encerramento de agências governamentais, corte de subsídios, aumentos de taxas públicas e congelamento de orçamentos.
As medidas foram adotadas num momento em que a inflação estava próxima de 290% ao ano e pobreza afetando cerca de metade da população argentina.
Em março, a inflação no país desacelerou pelo terceiro mês consecutivo e ficou em 11% no mês, um resultado que serviu como termômetro de aferição dos efeitos práticos das medidas de austeridade fiscal adotadas pelo atual administração na Casa Rosada.
Javier Milei vem superando positivamente as expectativas, uma vez que havia certo ceticismo quanto a ele durante a campanha eleitoral argentina do ano passado, pelo fato de Milei mimetizar o bolsonarismo brasileiro. Mas aparentemente a imitação ficou só na campanha.
Ao contrário de Jair Bolsonaro, Javier Milei desceu do palanque após vencer as eleições, deixou de lado as bravatas eleitorais puramente retóricas, como era a proposta de extinção da autoridade monetária (Banco Central) do país, e passou a adotar medidas concretas em linha com os compromissos assumidos. Nenhum eleitor argentino, de esquerda ou de direita, pode se dizer surpreso com Javier Milei.
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