por angelica ca e paulo eneas
O ministro da Defesa da Argentino, Luis Petri, anunciou na quinta-feira (18/04) da semana passada que seu país enviou um comunicado formal à Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) expressando o pedido da Argentina para se tornar um parceiro global da aliança militar ocidental.

A Argentina fez a solicitação para tornar-se parceiro global da OTAN durante uma reunião realizada na quinta-feira (18/04) entre o seu ministro da Defesa, Luis Petri, e o vice-secretário-geral da aliança militar, Mircea Geoana.

O porta-voz da Presidência da Argentina afirmou que o estatuto de parceiro global da OTAN permitirá ao país aumentar as capacidades militares e defensivas através de exercícios multilaterais e acesso a tecnologias avançadas, bem como participar em debates e decisões estratégicas.

Desta forma, a Argentina poderia juntar-se a um grupo de países que já têm acesso aos benefícios de participar desta aliança global, entre eles: Austrália, Afeganistão, Iraque, Japão, Coreia do Sul, Mongólia, Nova Zelândia, Paquistão e Colômbia, único país da América Latina, admitido em 2017.

O contraste com o governo brasileiro
A decisão do governo argentino de formalizar o pedido para o ingresso do país na OTAN, sob o status de parceiro global, vem em linha com a decisão acertada tomada anteriormente por Javier Milei de cancelar a entrada da Argentina no BRICS, o bloco geopolítico de regimes de ditadura comandado por Rússia e China.

O Brasil aderiu ao BRICS em 2006, permaneceu no bloco totalitário durante os anos do Governo Bolsonaro, e prossegue durante o atual governo petista, dando respaldo à entrada no bloco de outros regimes de ditadura, como do Irã.

Ainda na primeira metade do Governo Bolsonaro houve gestões internas para o Brasil tornar-se parceiro global da OTAN, mas a iniciativa foi abortada em favor do alinhamento do país com a Rússia, materializado na visita do então presidente Bolsonaro a Moscou dias antes da invasão da Ucrânia e sua declaração de apoio à Rússia naquela ocasião, além dos elogios feitos a Vladimir Putin.

De acordo com a OTAN, os parceiros globais da aliança militar cooperam com os membros da aliança por meio, entre outros, do compartilhamento de informações, acesso a tecnologias de defesa e participação em operações militares de treinamento.

Criada em 1942, a Otan conta atualmente com 32 países norte-americanos e europeus e é a aliança militar mais importante e mais poderosa do mundo, respondendo por 53% de todos os gastos militares em nível mundial.

Em Janeiro de 1998, a Argentina foi designada pelos Estados Unidos como um importante aliado extra-OTAN, estatuto que estabelece privilégios de cooperação militar e econômica entre os dois países. Esta designação permanece em vigor.

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