por paulo eneas
Estamos conversando desde o final da manhã desta quarta-feira (19/04) com nossas fontes na área política e também na área de inteligência para colher percepções sobre as implicações da divulgação daa imagens que mostram o ministro-chefe do GSI interagindo com os invasores dos prédios públicos em oito de janeiro deste ano.
A invasão resultou na prisão de mais de mil apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e suscitou o pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito sobre os episódios. O governo petista, com ajuda do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) tem agido para impedir a instalação da comissão.
A pretensa oposição bolsonarista, por sua vez, tem se mostrado incompetente para usar de instrumentos regimentais de pressão para obrigar o senador Rodrigo Pacheco a instalar a comissão, o que sugere que na verdade nem um lado nem outro tem real interesse nesta investigação, pelos motivos que apresentamos no artigo CPMI de Oito de Janeiro Não Foi Instalada: O Teatro dos Petistas e Sua Linha Auxiliar Formada Pelos Bolsonaristas.
As consequências e as motivações para a divulgação das imagens podem ser diversas, e algumas de nossas considerações e aquelas que levantamos junto a nossas fontes são as seguintes:
Consequência da Diplomacia de Destruição do Petista Lula
As imagens foram vazadas para a CNN Brasil, emissora cuja matriz é nos Estados Unidos. As imagens vieram a público logo após Lula ter consolidado o alinhamento de seu governo com o eixo russo-chinês, inclusive ao se colocar claramente do lado da Rússia na Guerra da Ucrânia, e depois de ter declarado uma guerra suicida contra o dólar em sua visita à ditadura comunista da China.
A inépcia diplomática de Lula é tanta que o petista conseguiu a façanha de se indispor com o Partido Democrata, que governa atualmente os Estados Unidos. O Partido Democrata possui alas importantes controladas por George Soros e em determinadas pautas é tão esquerdista quanto o PSOL brasileiro.
A inépcia e amadorismo de Lula em temas de relações internacionais podem ter até mesmo levado a CIA, agência de inteligência norte-americana, a atuar nesse vazamento que é altamente comprometedor para o governo petista.
Demonstração de Força da Inteligência Militar
Uma tese relevante sobre os episódios de oito de janeiro, bem como as mobilizações que o antecederam após o segundo turno das eleições do ano passado, afirma que todos estes eventos estão relacionados uma modalidade de guerra híbrida que envolve, também, estratégias de comunicação e de manipulação de massas via operações psicológicas (psyop).
A inteligência militar é quem detém o expertise para tais operações. O vazamento destas imagens teria sido então, segundo essa análise, obra da inteligência militar para dar demonstração de força tanto ao governo petista, quanto aos próprios bolsonaristas, e mostrar quem possui os meios de ação para ditar o rumo dos acontecimentos.
Consequências Incertas para a CPMI do Oito de Janeiro
Uma leitura apressada que está sendo feita é a de que a divulgação das imagens torna inevitável a instalação da CPMI do Oito de Janeiro. Isso não é necessariamente verdade, pois o efeito pode ser inverso e está relacionado ao item anterior: a divulgação das imagens seria uma mensagem clara ao governo petista para que ele “redobre seus esforços” para barrar a CPMI, pois quem mexe as cordas já demonstrou que se preciso for pode queimar um ativo próprio, o general petista que (ainda) chefia o GSI, para fazer valer seus interesses.
Os Desdobramentos Possíveis
Os desdobramentos ainda são incertos. O petista Lula seguramente irá demitir seu ministro-chefe do GSI. Haverá um maior esforço para barrar a CPMI e na hipótese de a comissão ser instalada, procurar limitá-la a ações de mídia, que por sinal interessa tanto a petistas quanto bolsonaristas, sem que os resultados das investigações e depoimentos tenham consequência.
Já vimos em outras oportunidades algo semelhante ocorrer: durante a CPI das Fakes News, um depoente, Hans River, afirmou taxativamente que teria sido pago pelo PT para fazer disparo de mensagens pelo WhatsApp. A afirmação foi feita em resposta a uma pergunta do deputado Rui Falcão (PT-SP). A revelação gerou impacto de mídia de um ou dois dias e não teve consequência alguma.