Conforme estamos antecipando há meses, acreditamos que até o final do ano a quase totalidade dos parlamentares do Centrão, eleitos ou reeleitos com o apoio de Jair Bolsonaro, estarão integrados à base de apoio do governo petista, consolidando assim o papel do bolsonarismo como linha auxiliar da esquerda petista.


por paulo eneas
O Partido Republicanos, do governador paulista Tarcísio de Freitas, prepara seu embarque formal na base parlamentar do governo petista. O partido que integra a fictícia e inexistente “oposição de direita” no Congresso Nacional determinou nesta terça-feira (08/08) a retirada de seus dois parlamentares que atuam na CPI do MST.

A retirada de seus parlamentares da comissão de inquérito faz parte das negociações da direção da sigla com o governo petista, que poderão resultar na entrega de um ministério do governo petista para ser comandado pela agremiação.

A entrada do Partido Republicanos para a base governista consolidará um processo que já ocorre desde o início do Governo Lula. O Republicanos é o partido supostamente da oposição cujos parlamentares têm votado em maior número em favor das propostas petistas mais importantes.

Nenhuma projeto de lei ou emenda constitucional importante do governo petista teria sido aprovada sem os votos parlamentares da chamada “oposição de direita”, que para todos os efeitos não existe. O Republicanos é o partido que tem assegurado o maior número de votos ao governo petista, seguido pelo Progressistas e pelo Partido Liberal, do ex-presidente Jair Bolsonaro.

As três agremiações formaram o bloco de apoio ao antigo Governo Bolsonaro e a quase totalidade de seus parlamentares atuais foram eleitos ou reeleitos com apoio de Jair Bolsonaro. O que confirma a tese que estamos repetindo há meses de que o bolsonarismo constitui-se de fato em linha auxiliar da esquerda petista.

A possível entrada do Partido Republicanos na base do governo petista em troca de um ministério foi turbinada pela decisão da direção partidária de afastar os deputados Messias Donato (ES) e Diego Garcia (PR) da CPI do MST. O afastamento foi comunicado em ofício à mesa da Câmara dos Deputados pela liderança da sigla na casa.

A ida do Partido Republicanos para base do governo petista constitui-se apenas no ponto de partida de um processo que acreditamos que até o final do ano poderá resultar no ingresso na base governista de todo o bloco do Centrão, que Jair Bolsonaro “vendeu” a seus eleitores ano passado como sendo a futura “oposição de direita”.


Inscrever-se
Notificar de

0 Comentários
Feedbacks embutidos
Ver todos os comentários