A miopia israelense de “Land for Peace” como estratégia política para lidar com terroristas não apenas nunca trouxe paz, como serviu para enfraquecer a segurança do Estado de Israel, ao custo de centenas de vidas de civis israelenses. Israel tem que escolher entre continuar existindo ou fingir que é possível conviver em paz com terroristas que desejam exterminá-lo. Não pode haver dúvida sobre qual escolha a fazer.



por paulo eneas
Passadas três semanas após o massacre de civis israelenses perpetrado pelos criminosos do grupo terrorista Hamas, e três semanas após indecisões e hesitação política interna no Estado de Israel, finalmente o IDF deu início à necessária incursão militar terrestre na Faixa de Gaza na noite da última sexta-feira (27/10).

A incursão veio também em resposta de Eretz Israel à resolução covarde e vergonhosa da Assembleia Geral das Nações Unidas na semana passada, cuja maioria formada por ditaduras comunistas e teocráticas e onde os países democráticos são minoria, votou uma exigência de imediato cessar-fogo (isto é, votou exigindo a não reação de defesa de Israel) sem fazer qualquer condenação aos crimes dos terroristas do Hamas.

Tão logo teve início a operação de incursão militar terrestre, e também por conta da demora em seu início, manifestações antissemitas a pretexto da “causa palestina” espalharam-se pelo mundo. Na Turquia, o presidente Erdogan insufla as massas contra Israel, tentando recuperar a ascendência que os turcos exerciam sobre o mundo islâmico no período do Império Otomano.

Na Rússia, uma multidão na República do Daguestão invadiu o aeroporto local com a intenção de “caçar judeus” que supostamente estariam vindo de um voo proveniente de Tel Aviv.

O episódio no Daguestão trouxe à memória os pogroms: perseguições em massa contra judeus russos que ocorriam na Rússia tzarista ao longo de séculos, promovidas pelo próprio regime tzarista, e que resultavam em matança em massa por turbas ensandecidas, quase sempre lideradas por cossacos.

A experiência trágica dos pogroms, “invenção” russa que posteriormente se espalhou pela Europa, explica em parte o porque de parcela das lideranças judaicas russas do final do século dezenove e início do século vinte terem aderido aos movimentos políticos revolucionários anti-tzaristas, que posteriormente desaguaram no bolchevismo.

Essa circunstância histórica, por sua vez, levou à disseminação na Europa da ideia de que judeus estariam necessariamente ligados ao comunismo, o que serviu para alimentar o antissemitismo já milenar no velho continente.

Um pouco da história dos pogroms está relatada na Holocaust Encyclopedia na entrada History of Pogroms, que pode ser lida em inglês nesse link aqui. Os eventos ocorridos nesse final de semana no aeroporto do Daguestão seguramente não foram espontâneos, apesar das declarações oficiais de Moscou. Seguramente a FSB, antiga KGB, agiu na incitação a esses eventos, como os russos sempre fizeram, como forma de mandar um recado ao Estado de Israel.

O que fazer após a incursão militar em Gaza
Ainda que tardia, a incursão militar em Gaza é não apenas necessária, mas um imperativo para a segurança do Estado de Israel. Cabe agora à liderança política e militar israelense deixar de lado as bravatas e transformar as promessas em ação: tornar essa guerra contra os terroristas do Hamas a primeira e a última, por meio do completo desmantelamento daquela organização criminosa terrorista, acompanhada das seguintes ações posteriores:

1) O Estado de Israel tem que assumir o controle total e completo, civil e militar, de todo o território da Faixa Gaza.

2) Promover a eliminação de todos os grupos terroristas locais.

3) Assegurar os direitos civis de cada habitante da população árabe egípcia (que a imprensa e os terroristas chamam de “palestinos”) que vive no território, desde que não tenha histórico de vínculos com atividades terroristas e aceite viver sob a jurisdição e soberania do Estado de Israel.

4) Formalizar a anexação da Faixa de Gaza ao território soberano do Estado de Israel, assim como Israel fez com as Colinas do Golan, e declarar nulos e sem efeito os artigos do Acordo de Oslo de 1993 referentes à extensão e jurisdição da Autoridade Palestina na Faixa de Gaza.

5) Impor a pena capital ou de prisão perpétua a qualquer habitante da Faixa de Gaza envolvido com qualquer futura atividade terrorista hostil a Israel.

6) Iniciar negociações com o governo egípcio para conceder ajuda financeira ao Egito para o acolhimento daqueles atuais habitantes de Gaza que não desejarem viver sob a soberania nacional israelense.

7) Emendar o Acordo de Paz Israel-Egito de 1977 no sentido de aprofundar a cooperação mútua no combate ao terrorismo nas regiões próximas à fronteira dos dois países, o que pode incluir uma zona buffer na fronteira patrulhada por forças israelenses e egípcias.

8) Conceder um prazo exequível para a saída voluntária da Faixa de Gaza de todos os escritórios de representação e agências das Nações Unidas, bem como de entidades e ONGs estrangeiras lá presentes.

Por fim, o que fazer com os túneis usados pelos terroristas do Hamas? Basta levar betoneiras para concretar todas as entradas, que são também saídas.

O fato é que a classe política israelense, por influência da esquerda local, precisa abandonar em definitivo a miopia que prevaleceu em anos recentes, e cuja epitome foi o famigerado Acordo de Oslo, um atestado de óbito assinado por antecedência por Israel, miopia essa que afirma ser possível conviver em paz com quem quer te aniquilar, e que esta paz pode ser alcançada em troca de terras.

A miopia de Land for Peace como estratégia política para lidar com terroristas não apenas nunca trouxe paz, como serviu para enfraquecer a segurança de Israel, ao custo de centenas de vidas de civis israelenses. Israel tem que escolher entre continuar existindo ou fingir que é possível conviver em paz com terroristas que desejam exterminá-lo. Não pode haver dúvida sobre qual escolha a fazer.


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