por paulo eneas
Em meio à guerra de informações no contexto da guerra Israel-Hamas, a grande mídia internacional e brasileira mostrou sua vocação para ser porta-voz e relações públicas de grupo terrorista, ao divulgar esta semana uma notícia falsa plantada pelo Hamas sobre suposto ataque israelense a um hospital na Faixa de Gaza que teria ocasionado a morte de mais de quinhentas pessoas.
A versão mentirosa plantada pelo Hamas foi assimilada e incorporada pela grande imprensa sem qualquer preocupação com uma verificação junto a fontes independentes. Diversos jornais, brasileiros e internacionais, estamparam manchetes afirmando que as Forças de Defesa de Israel teriam realmente matado quinhentas pessoas em suposto bombardeio a um hospital em Gaza.
O efeito político, possivelmente planejado e alcançado, desta fake news internacional foi inviabilizar o encontro que estava programado entre o presidente norte-americano Joe Biden e lideranças política egípcias e jordanianas em Amman, na Jordânia, durante visita do mandatário norte-americano a Israel. A reunião foi cancelada na véspera da data agendada tão logo circulou a notícia do suposto ataque israelense ao hospital.
O cancelamento da reunião de Biden com dirigentes egípcios e jordanianos foi um revés diplomático para Israel e uma vitória nesse campo para os terroristas do Hamas, principalmente considerando que Egito e Jordânia são países árabes que têm acordos de paz e relações normalizadas com os israelenses.
Somente após esse revés diplomático para Israel é que a houve preocupação da imprensa em mudar a abordagem, a partir das diversas evidências fornecidas por Israel e fontes independentes mostrando que o hospital de Gaza havia sido atingido por um foguete lançado pelo grupo terrorista Jihad Islâmica a partir a Faixa de Gaza.
Ficou também comprovado que o hospital não foi destruído, uma vez que o pedaço do foguete caiu na área externa das instalações, causando danos materiais. Não confirmação segura de eventuais mortes que tenham ocorrido. A própria rede árabe de televisão Al Jazeera recuou da versão inicial apresentada e exibiu matéria mostrando que o ataque ao hospital partiu de dentro de Gaza.
A grande imprensa brasileira seguiu, com atraso, o mesmo caminho trilhado pela mídia internacional: passou a divulgar o fato verídico sem ter qualquer preocupação em desculpar-se com o público por ter divulgado anteriormente uma mentira, comportando-se como porta-voz e relações públicas de grupo terrorista.