por paulo eneas
“Os burocratas da União Europeia querem uma guerra com a Rússia. Os burocratas de Bruxelas [sede da União Europeia] querem essa guerra, eles a consideram [a Rússia] deles e querem derrotar a Rússia”, afirmou o premier da Hungria, Viktor Orbán, segundo informa o Russian Times, órgão de imprensa oficioso do regime de Moscou.

Considerado um dos líderes da direita ocidental, o premier húngaro Viktor Orban está entre os principais apoiadores europeus do regime de ditadura de Moscou.

As falas de Viktor Orban a respeito da Guerra da Ucrânia, iniciada com a invasão daquele país pelo exército russo com apoio de mercenários da milícia Wagner Group, constituem-se basicamente em um endosso não apenas à invasão mas também um endosso às intenções nunca ocultadas de Moscou de expandir seu domínio por toda a Europa.

A Rússia iniciou a invasão da Ucrânia em 2014 ocupando e anexando a península da Crimeia, com o consentimento de Barack Obama, então chefe da Casa Branca, e continuou em 2022 a guerra de invasão e anexação do território ucraniano pela fronteira insular leste, desta vez com o consentimento tácito inicial de Washington, sob a chefia de Joe Biden.

Trata-se da mesma Rússia que por meio de seu proxy, o Irã, financia o Hezbollah e demais grupos terroristas que promovem atentados na Europa e que em fevereiro desse ano ameaçou atentar contra a vida da premier da Estônia, Kaja Kallas, conforme mostramos na reportagem O “Salve” de Putin Contra Premier da Estônia: Ditador Russo Emite Ordem de Prisão Contra Primeira-Ministra Estoniana.

A despeito desses fatos incontestes, o premier húngaro, o líder da direita europeia que na verdade não passa de um puppet de Moscou, afirma que é a Europa que representa uma ameaça à Rússia. Cabe aqui lembrar que a Rússia possui uma extensão territorial que é quase o dobro de todo o continente europeu.

Viktor Orban Revela Apoio de Donald Trump a Vladimir Putin
Esta não foi a primeira vez que o premier da Hungria endossou a agressão militar russa à Ucrânia. Em março deste ano Viktor Orban afirmou que se Donald Trump for eleito presidente dos Estados Unidos, a Ucrânia “não verá mais um centavo” de dinheiro norte-americano em apoio à sua defesa contra a agressão russa:

“Se os Estados Unidos não derem dinheiro, os europeus sozinhos não serão capazes de financiar essa guerra, e então a guerra terminará”, afirmou Viktor Orban. Por término da guerra entenda-se a derrota e a anexação da Ucrânia pela Rússia, e o genocídio de grande parte da população ucraniana.

Viktor Orban também afirmou em março deste ano, após encontro com Donald Trump, que o líder republicano tem um plano detalhado para dar um fim ao conflito e que o objetivo é criar “paz na guerra russo-ucraniana”.

Aqui Viktor Orban disse uma verdade incontestável: o plano de paz apresentado por Donald Trump há alguns dias nada mais é que uma versão sob nova embalagem dos termos de rendição da Ucrânia impostos por Vladimir Putin um dia antes da Cúpula de Paz realizada na cidade de Buergenstock, na Suíça, conforme mostramos na reportagem Cúpula da Paz Para Ucrânia Realizada na Suíça Expõe Eixo Autoritário Liderado Pela Rússia: Brasil Se Recusa Assinar Declaração Final.

O fato é que uma eventual vitória de Donald Trump nas eleições norte-americanas desse ano, que seria facilitada em grande medida pela retirada da candidatura de Joe Biden (conforme mostraremos em reportagem em separado) representaria uma robusta vitória geopolítica de Vladimir Putin.

Com Donald Trump na chefia da Casa Branca, a Ucrânia seria entregue à Rússia, em um tipo de swap geopolítico, no qual Putin convenceria os chineses a não invadir Taiwan até que os norte-americanos tenham retirado sua base de produção industrial de semicondutores da ilha asiática, quando então Donald Trump não teria pruridos em entregar a ilha para a ditadura de Xi Jinping.

Uma vitória de Donald Trump daria portanto uma gigantesca vantagem geopolítica ao bloco russo-chinês, que seria ainda mais facilitada com a ascensão dos aliados da Rússia na Europa, principalmente Marine Le Pen, na França.

É importante o leitor observar atentamente os nomes envolvidos nesse arco de interesses da Rússia no Ocidente: Donald Trump, Viktor Orban, Marine Le Pen entre as figuras de mais expressão.

Cabe também observar os nomes de menor relevância mas de peso inegável como o partido AfD da Alemanha, o Chega de Portugal, o Fórum pela Democracia da Holanda (FvD), o Vlaams Belang da Bélgica, a Liga da Itália, o Vox da Espanha.

Até mesmo o Brasil entra nessa lista, pois Jair Bolsonaro, estando ainda na Presidência do Brasil, afirmou em visita a Moscou que “estamos fechados com a Rússia”, uma semana antes da invasão da Ucrânia.

Observe-se que todos os líderes políticos e partidos identificados acima formam o que se convencionou chamar de direita ocidental e que a imprensa tradicional chama de extrema-direita.

De onde podemos concluir que a direita no Ocidente hoje nada mais é que uma direita bolchevique, um braço e linha auxiliar da agenda imperialista autoritária e revolucionária de Moscou chefiada por Vladimir Putin, que conta não apenas com o endosso e respaldo dessa direita para suas ambições expansionistas, como também apoia e recebe apoio em reciprocidade de regimes como de Cuba, Coreia do Norte, Venezuela, Irã e Nicarágua. Colaboração de Angelica Ca.

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